Os rumores que têm sido partilhados nas últimas semanas sobre os novos smartphones dobráveis da Samsung confirmaram-se quase na totalidade. Os novos Galaxy Z Flip5 e Galaxy Z Fold5 mantêm muito do design das versões anteriores mas estão ligeiramente mais finos com a ajuda de uma nova dobradiça e com melhor desempenho graças ao novo processador Snapdragon 8 Gen 2 que já tinha sido usado no Galaxy S23 e que é atualmente o melhor processador no mercado. A maior diferença para quem olha para os novos smartphones é o ecrã exterior do Galaxy Z Flip5, que é agora maior, e o resto são melhorias incrementais, bem vindas mas pouco diferenciadoras numa altura em que os preços não param de crescer.
O Galaxy Unpacked, que está a decorrer e que é feito pela primeira vez na Coreia, mostra a aposta da Samsung na experiência do utilizador e num ecossistema estável, com o reforço da interligação entre os equipamentos e que está a decorrer. O SAPO TEK teve acesso antecipado aos novos smartphones, tablets e smartwatch da Samsung, num evento limitado a alguns jornalistas, e tivemos oportunidade de experimentar de forma breve os equipamentos, com as novidades em termos de interfaces e também da experiência de utilização.
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Como já se sabia, as alterações de design são poucas, e acontecem sobretudo no Galaxy Z Flip5 que tem agora um novo ecrã exterior mais útil e onde se mostra mais informação. O modelo de dobrável “de bolso” mantém o formato compacto, fácil de usar mas difícil de abrir com uma só mão, e a dobradiça tem realmente evoluído desde os modelos anteriores, “segurando” melhor o smartphone nas várias posições de abertura com ângulos mais ou menos arriscados quando está pousado.
Na verdade a posição em L será a menos prática no dia a dia, excepto quando está em videochamada ou a fazer fotografias onde a estabilidade é importante. Pela nossa experiência, o Z Flip acaba por ser mais prático se mantivermos aberto ou fechado quando está sobre a secretária, arrumando-se depois bem no bolso ou na carteira quando aberto.
O que muda realmente é o ecrã frontal, que cresce significativamente a companha a tendência da concorrência nestes modelos da Motorola e da Oppo. Tem agora 3, 4 polegadas e tecnologia Super AMOLED, com taxa de refrescamento de 60 Hz e 306 ppi. A Samsung introduziu vários widgets que podem tirar partido do ecrã e que podem ser personalizados, e para quem gosta de ver o resultado das selfies que vai fazer também se torna interessante, com a possibilidade de usar as câmaras principais e visualizar o resultado neste ecrã para alinhar posições e enquadramento.
A Samsung chama a este ecrã a Flex Window e adicionou também para a parte da fotografia as funcionalidade de Dual Preview, destacando a estabilização e o auto framing, mas também as melhorias que tem introduzido na fotografia noturna. Se combinado com o novo Galaxy Watch 6 há também novas formas de controlar a fotografia, podendo alternar entre foto e vídeo.
Z Fold5 multitasking ainda sem Pen integrada
Nos smartphones em formato de “livro” o Z Fold5 continua a ser o rei do multitasking. Está também mais fino e com menos intervalo entre o ecrã quando fechado, tal como acontece com o Z Flip5 quando está fechado, e as melhorias que não se veem ao primeiro olhar podem ser as mais relevantes, com o desempenho do Snapdragon 8 Gen 2 e mesmo a melhoria do brilho do ecrã principal, que chega agora aos 1750 nits mantendo a taxa de refrescamento de 120 Hz adaptativa.
Para a maioria das pessoas o telemóvel pode continuar a ser demasiado grande, com o ecrã traseiro de 6,2 polegadas que cresce para as 7,6 polegadas quando aberto, mas está ligeiramente mais fino e mais estreito. Nada que se note ao pegar se não estiver com atenção e já com os números na cabeça.
A dobradiça Flex Hinge faz com que o intervalo entre os dois ecrãs seja menor mas mantém a resistência, como sublinha a Samsung, garantindo 200 mil dobras em 5 anos. A empresa reforçou também a tecnologia usada no ecrã, que para poder dobrar é diferente do ecrã exterior, e usa agora Gorilla Glass Victus 2, com a moldura que está à volta em armor aluminium.
Um dos resultados da utilização da nova dobradiça, que acontece também no Z Flip5, é que o vinco do ecrã, na zona de dobragem, fica reduzido, mas ainda não desaparece totalmente e provavelmente pode acentuar-se com o tempo. E este novo sistema permite ainda que o telefone aberto fique totalmente horizontal.
Já acontecia com as gerações anteriores mas o Z Fold5 é quase um computador de bolso. Ou pode mesmo transformar-se num com a ajuda do DEX e a ligação a um ecrã e teclado externos para operações mais exigentes.
Para aproveitar o ecrã interior há mais formas de combinar várias janelas abertas, e navegar entre elas, e agora pode comandar as operações com dois dedos em simultâneo, útil para algumas tarefas de cópia e cola de conteúdos, por exemplo.
Com este ecrã já quase de dimensão tablet é útil a utilização da S Pen, que é suportada mas que não está incluída no "pacote" de venda do Z Fold5. Nem tem sítio para guardar, a menos que compre a capa exterior, que foi também redesenhada para acomodar melhor a caneta sem aumentar demasiado o volume ocupado.
De notar ainda a melhoria do brilho do ecrã principal, que como referimos tem agora 1750 nits, o que será bastante útil para utilização em ambientes exteriores. Mesmo que ainda não perfeito para estar a ver conteúdos numa explanada sob o sol de verão.
A verdade é que há poucas falhas a apontar nos dois equipamentos. A Samsung está a "apurar" a fórmula dos dobráveis com a 5ª geração dos smartphones e isso nota-se nos novos Z Flip5 e Z Fold5, que não surpreendem mas que entregam o que prometem, em flexibilidade e usabilidade, pelo menos do que pudemos ver e experimentar.
A parte mais dolorosa está mesmo no preço, onde há também um "crescimento" mas sem grande flexibilidade. O PVP dos novos Z Flip5 começa nos 1.249,9 euros para a versão de 256 GB de armazenamento e sobre 120 euros para quem quiser ter 512 GB. Já o Galaxy Z Fold5 começa perigosamente perto dos 2 mil euros, a custar 1.969,9 euros com 256 GB de memória, sobe para 2.089,9 euros com 512 GB e alcança uns assustadores 2.329,9 euros para quem quer ter o máximo de armazenamento, com 1 TB. Não são propriamente preços a que o comum dos mortais possa aceder, mas a Samsung está optimista quanto aos resultados de vendas.
Contamos em breve poder partilhar uma análise mais aprofundada, depois de experimentar "à séria" os novos smartphones e poder verificar as novidade de usabilidade e performance.
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