A Samsung não desiste de uma gama de smartphones onde foi pioneira e onde garante que tem uma gama de fãs fieis e dedicados, que encontram no Note uma resposta de estilo, design, produtividade e espaço para a criatividade, numa combinação onde a caneta S Pen faz a diferença. Os novos Note 10 e 10+, que o SAPO TEK já teve oportunidade de experimentar num evento reservado a poucos jornalistas em Amesterdão, na semana passada, mostra que a marca mantém o mesmo cunho e que continua a inovar, apresentando agora três modelos diferentes para a sua gama de phablets.
Em vez de apenas um Note 10, a Samsung lança três modelos: o Note 10 “normal”, o Note 10 + (com duas versões diferentes de armazenamento) e o Note 10 + 5G, que só vai estar disponível em alguns mercados onde a rede móvel de nova geração já tem oferta comercial. A lógica é a mesma que foi aplicada no S10, apresentado no início do ano, dando mais opções aos utilizadores que querem optar entre duas dimensões diferentes de ecrã, e reforçando as características de uma versão “plus” em termos de capacidade de câmara fotográfica e de armazenamento.
Os smartphones são cada vez mais a “casa” profissional para muita gente, permitindo ler emails, editar documentos, tomar notas, gravar reuniões e fotografar e fazer vídeos sem ter necessidade de recorrer a um computador. E a verdade é que em termos de capacidade de processamento e memória os novos topo de gama não ficam atrás de muitos computadores portáteis que estão no mercado, com a vantagem adicional de caberem no bolso, ou quase.
Se somarmos ao desempenho profissional a componente de lazer – com a possibilidade de ver filmes e séries em viagem, a captura de fotografia em momentos espontâneos e vídeos que podem ser editados de forma fácil e rápida, percebe-se que a fórmula agrada a quem reconhece na caneta da Samsung, a S Pen, um acessório importante para interagir com o smartphone e explorar novas fronteiras com maior precisão.
Dez versões do Galaxy Note e muitas mudanças
O primeiro modelo Galaxy Note foi lançado em 2011, na IFA, e tornou-se rapidamente um sucesso numa fórmula mais profissional na qual a Samsung continuou a apostar. Dez versões depois (e apesar do desaire com o Note 7 que teve de ser retirado do mercado), o Note 10 continua a combinar no mesmo pacote o que de melhor a Samsung tem para oferecer, herdando também fatores de sucesso da linha Galaxy S, que está mais focada na utilização pessoal.
Com um ecrã AMOLED Infinity-O de 6,3 ou 6,8 polegadas (na versão 10 +), ligeiramente curvo nas laterais, quase sem moldura, os novos Note garantem uma melhor ocupação do espaço frontal onde apenas um orifício no ecrã é suficiente para alojar a câmara fotográfica. A Samsung reduziu ainda mais o impacto no ecrã, e o “furo” é agora a meio da área de topo do dispositivo e não à direita, como acontece no S10, o que lhe dá um ar mais equilibrado, sem roubar na qualidade e funcionalidade.
A dimensão é a principal diferença entre os dois modelos do Note 10 que o SAPO TEK experimentou, e apesar de serem apenas algumas décimas de polegada a mais, faz a diferença na mão, mas sem se tornar desconfortável. Pelos números, e a experiência, são os Note mais leves e finos de sempre, fáceis e agradáveis de manusear, com algumas diferenças na colocação de botões na lateral e na ausência do botão "desligar" que exigem alguma adaptação para quem está habitado a outras configurações.
Outra ausência de peso, mas já esperada, é a entrada para auriculares, o jack de 3,5 mm. A Samsung demorou mas acabou por se render à evidência e tendência que outras marcas já seguiram em apostar em headphones ou auriculares sem fios, ligados por Bluetooth, ou na utilização de um modelo USB-C. A alternativa é usar um adaptador, sobre o qual o SAPO TEK já tinha escrito.
O Note 10 é até um pouquinho mais pequeno do que o S9 Plus, que tem um ecrã de 6,4 polegadas, o mesmo que tinha o Note 9, mas a versão 10 + compensa em tamanho chegando quase às 7 polegadas. São 6,8 polegadas de ecrã de aproveitamento quase integral, que se torna mais impressionante com uso em vídeo onde os 3040x1440 e os 498 ppi “brilham” mais.
Claro que nem todas as aplicações vão tirar partido desta dimensão – e vai demorar até que “encaixem” o aproveitamento maior do ecrã e o orifício da câmara colocado a meio da parte frontal, mas não é displicente a vantagem que traz em várias situações, sobretudo na aplicação de notas e de desenho, como comprovámos nas primeiras impressões do equipamento.
Por baixo do ecrã está o sensor de impressão digital que é igual ao do S10, com a tecnologia Ultrasonic Fingerprint que tem um sensor 3D que a Samsung garante ser mais seguro porque “lê” a impressão digital do dedo. Não experimentamos mas se funcionar como o do S10 é rápido e eficiente.
Na traseira do Note 10 e do Note 10 + também há diferenças, com a utilização de um sistema quadrupla de câmaras no modelo maior, à semelhança do que a Samsung fez com o S10. O Note 10 + tem duas câmaras panorâmicas, uma Ultra Wide de 16 MP com abertura f2.2 e uma Wide angle de 12 MP f1.5 e estabilizador OIS, uma telefoto de 12 MP e f2.1 e uma nova câmara de profundidade , a DepthVision com sensores ToF e qualidade VGA. No modelo Note 10 o sistema é “só” triplo, com o mesmo sensor Ultra Wide de 16 MP f2.2 e ângulo de visão de 123 graus, o Wide angle de 12 MP f1.5 e a telefoto de 12 MP e f2.1.
Em ambos os casos há uma ligeira saliência no chassi do smartphone para “guardar” os sensores e as lentes, mas é bastante menos pronunciado do que algumas das gerações anteriores.
Na parte frontal a câmara de 10 MP é igual para os dois modelos do Note 10, escondida atrás do ecrã e com um orifício redondo para espreitar as selfies.
Energia e a capacidade de processamento
Por dentro o processador é o mesmo nos dois modelos do Galaxy Note 10. O novo Exynos 9825, que foi hoje apresentado, é um chip de 7 nanómetros e consegue um aumento de 40% de eficiência, com 20% de maior performance ou até 50% de poupança de consumo de energia, quando comparado com a tecnologia anterior de 10 nm. Isto tem reflexo no desempenho na abertura e processamento das aplicações e dos vídeos, mas também no tempo de duração da bateria, pelo menos segundo os números, já que não foi possível fazer testes à séria destas componentes no tempo que nos foi dado para umas primeiras impressões.
Relativamente à bateria há também diferenças entre os dois modelos. A versão Note 10 tem uma bateria de 3.500 mAh e a Note 10 + estica a capacidade aos 4.300mAh, justificados pela diferença de tamanho e “exigência” do ecrã. Mas contam ambos com carregamento super rápido – consegue uma recarga total da bateria em 30 minutos com o super fast charge.
A Samsung adicionou também funções inteligentes que permitem ir optimizando a duração de acordo com o tipo de utilização, reconhecendo as aplicações e gerindo o seu uso, um modo de funcionamento que estamos curiosos para experimentar.
A diferença que uma caneta faz
Na época dos interfaces táteis, de gestos e de voz, ainda faz sentido apostar numa caneta (ou lápis) para escrever notas, servir de apontador ou escolher opções num smartphone? Sim, faz. E isso prova-se não só pela opção da Samsung nos Note mas também por outros exemplos em tablets e portáteis híbridos, onde as canetas digitais trazem mais uma forma de interagir com o software que já vai muito além das notas escritas.
No Note 10 também é isso que acontece. A S Pen está mais funcional (com uma cor mais discreta do que o amarelo do Note 9) e a Samsung colocou muito trabalho neste pequeno (grande) elemento do smartphone. Há mais funções de gestos com movimentos no ar e a possibilidade de controle remoto para selfies, opções que podem ser alargadas a várias aplicações se os programadores quiserem tirar partido das API que a Samsung já disponibilizou.
Nas notas escritas, o reconhecimento – mesmo de letras esquisitas como a minha – melhorou, e também a conversão para texto. E quase tudo o que escrevi no ecrã foi rapidamente reconhecido e convertido para texto.
Para quem se aventura a desenhar a caneta é uma companheira fiel e assistimos a bons retratos feitos no espaço da demonstração do Note 10, por uma artista habituada a fazer esboços com as canetas da Wacom e que garantiu ao SAPO TEK que a experiência com a S Pen estava a “encher as medidas”.
Na parte criativa de edição de fotografias e vídeo a caneta dá também uma ajuda, mas aqui a estrela são as novas câmaras, sobretudo o sistema quadruplo do Note 10 + e a forma como o software consegue tirar partido com novos efeitos nas fotos e nos vídeos, que têm agora efeitos Bokeh imediatos para gravar lives, e outros filtros que pode experimentar, incluindo um que recria o estilo de Strager Things. Para quem gosta destas brincadeiras continua a haver AR Emoji e uma inovação com o AR Doodle, com efeitos animados sobre o vídeo.
Uma das adições mais interessantes é a inserção de um terceiro microfone junto das câmaras fotográficas traseiras que vem acompanhado de um “truque” de software, desenvolvido com um parceiro, que permite captar de forma mais audível um elemento no vídeo, fazendo zoom sobre esse local ou pessoa. O exemplo dado foi uma festa escolar dos filhos, em que se capta mais em pormenor a forma como canta ou toca, mas lembrei-me logo do potencial para os jornalistas numa conferência de imprensa.
Um editor de vídeo está mesmo à mão para produções “caseiras”. Documentários, short stories ou outros modelos de que se lembre estão acessíveis com alguns toques de colagem de vídeos e fotos, animados com efeitos e transições, texto e música (a Samsung colocou mais de 100 músicas de utilização livre nesta aplicação, para usar e abusar).
São ainda as primeiras impressões, mas é certo que olhando para todas estas componentes é fácil concluir que o Note 10, mas sobretudo o Note 10 +, são excelentes substitutos para a geração anterior de modelos Note, mas também candidatos a destronar outros topo de gama de várias marcas. Só a experiência mais detalhada permitirá comprovar estas impressões, mas é algo que vamos verificar nas próximas semanas.
O lançamento dos novos Note está a decorrer hoje em Nova Iorque, e as pré-reservas começam já hoje em várias lojas portuguesas, com desconto adicional de 100 euros, mais o valor do smartphone entregue em troca.
Os preços variam entre os 979 euros para o Note 10 e os 1.129 e 1.229 para Note 10 +, consoante a escolha recaia num modelo de 256 ou 512 GB de armazenamento.
Nota da Redação: O SAPO TEK viajou para Amesterdão a convite da Samsung.
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