A segunda fase que hoje é iniciada tem em aberto a possibilidade de candidatura a 5.284 vagas, um número que pode aumentar se os alunos colocados na primeira fase não fizerem as matriculas. Há cursos onde não sobrou nenhuma vaga, nomeadamente Direito, Informação e Jornalismo, Ciências Veterinárias e Serviços de Transportes. Os resultados serão conhecidos no dia 30 de setembro.
Segundo os dados partilhados, quase 50 mil alunos conseguiram entrar para o ensino superior na primeira fase do concurso nacional de acesso, ficando de fora 19% dos candidatos que não obtiveram colocação. Para a primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior tinham sido disponibilizadas 54.641 vagas, incluindo cerca de mil vagas adicionais incluídas no concurso na sequência de um despacho da tutela para responder ao elevado número de candidatos.
São 49.806 novos estudantes que entram no ensino superior público, o segundo maior número em 33 anos, superado apenas pelos quase 51 mil alunos que ficaram colocados na primeira fase do concurso em 2020. O número de vagas que sobra é o menor dos últimos 10 anos.
Por outro lado, diminuiu o número de alunos que, para já, ficaram de fora: dos 61 mil candidatos, 11.701 não conseguiram ainda colocação numa universidade ou politécnico, o equivalente a 19%, menos quatro pontos percentuais face ao ano anterior.
Essa redução, escreve em comunicado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, reflete "um crescente ajustamento entre a procura dos estudantes e a oferta das instituições".
Medicina recupera primeiro lugar nas médias mais altas
O curso de Medicina registou este ano a média mais alta do concurso nacional de acesso ao ensino superior, recuperando a posição que perdeu para as engenharias em 2016, numa primeira fase sem médias acima dos 19 valores.
Nos últimos seis anos a Medicina tinha sido ultrapassada no top da lista das médias mais elevadas, um lugar que voltou a recuperar com o curso do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
Foi o curso mais difícil de entrar, já que o último dos 155 colocados teve 18,90 valores, uma nota abaixo, no entanto, da média registada no ano anterior, que foi de 19,03 valores, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Surge em segundo lugar a licenciatura em Engenharia Aeroespacial do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, o anterior líder da tabela, onde a nota de entrada do aluno que assegurou a última vaga disponível foi 18,85 valores, também abaixo dos 19,05 valores de 2021.
Pela primeira vez desde 2018, não houve nenhum curso em que a média tenha ficado acima dos 19 valores, mas 27 superaram os 18 valores, incluindo todos os cursos de Medicina e outros na área da Saúde, alguns da área das engenharias e Matemática.
De notar que há ainda cursos onde se entra com média negativa, o que este ano inclui apenas cinco licenciaturas, menos do que as sete do ano passado. É o caso de três cursos no Instituto Politécnico de Bragança - Educação social com 9,90 valores, Design de jogos digitais com 9,83 valores e Gestão e Administração Pública com 9,50 valores – o curso de Artes visuais na Universidade da Madeira (9,50 valores) e de Equinicultura no Politécnico de Portalegre (9,50 valores).
Entre os cinco, havia 268 vagas, mas só metade ficaram ocupadas. As restantes seguem para a segunda fase, que começa segunda-feira.
Quase metade dos alunos colocados na primeira escolha
Cerca de metade dos candidatos na primeira fase asseguraram um lugar na sua primeira escolha, e um total de 82% conseguiu vaga numa das três primeiras opções.
Em linha com as expectativas e objetivos do Governo, houve algumas áreas em que o número de estudantes colocados aumentou comparativamente a 2021. Por exemplo, os cursos com maior concentração de alunos de excelência vão receber, para já, 4.911 novos estudantes (mais 2%) e no caso das competências digitais, ciências de dados e engenharias aeroespaciais o aumento é de 9%.
As licenciaturas de Educação Básica também recuperaram face aos anos anteriores, com um total de 727 alunos colocados e mais 14% em relação a 2021.
Para todas estas áreas, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tinha aberto a possibilidade de as instituições aumentarem o número de lugares disponíveis, à semelhança dos cursos previstos nas candidaturas aos programas Impulso Jovens STEAM e apoiados, nesse âmbito, pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
São 72 licenciaturas em que, para já, entraram 3.383 novos alunos, registando uma taxa de ocupação média de 94% e que no caso de 53 cursos chegou mesmo aos 100%, incluindo 16 das 22 novas ofertas nestas áreas.
Há também mais alunos nas instituições localizadas em regiões com menor densidade populacional, onde foram colocados 13.351 novos caloiros. O número de colocados aumentou, por exemplo, nas universidades da Beira Interior, Évora e Trás-os-Montes e em vários institutos politécnicos do interior do país.
"O relevante crescimento dos colocados em instituições do interior, bem como o aumento dos candidatos em primeira opção para essas instituições, confirma a importância que os estímulos atribuídos à fixação naquelas regiões está a surtir", sublinha o ministério.
Dos resultados do concurso deste ano, destaca-se o maior número de sempre de colocados através do contingente especial para estudantes com deficiência: 381 alunos, mais 66 do que em 2021.
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