A concretização do EY AI Challenge mobilizou ontem os profissionais de várias áreas da EY, que se envolveram também no acompanhamento do hackathon e na avaliação dos projetos, mas o trabalho começou muito antes, com o desafio enviado às universidades e a seleção dos alunos entre as cerca de 500 candidaturas. 

Em entrevista ao TEK, Teresa Freitas, explica que "até à data este é o maior hackathon em Inteligência Artificial realizado em Portugal por uma empresa para estudantes universitários” e que o balanço desta primeira edição do EY AI Challenge é muito positivo, com uma adesão e compromisso dos alunos muito significativa.

A diretora de recursos humanos na EY Portugal defende que estes momentos são importantes para trazer diversidade aos processos de atração de talento e estão em linha com a cultura humana desafiante e colaborativa da empresa. 

Depois de um processo de seleção dos candidatos que envolveu triagem curricular e entrevistas, a data foi marcada e os 150 escolhidos foram convidados para se apresentarem na EY a 29 de maio para a hackathon. A iniciativa começou cedo e logo pela manhã os alunos tiveram conhecimento dos seis desafios que tinham de resolver usando a Inteligência Artificial, para as áreas de modelos de previsão, análise de dados, personalização e recomendação, optimização de processos, bots e agentes e também de simulação e modulação de cenários.

As áreas foram escolhidas entre os principais desafios que nos são apresentados pelos clientes, explica a diretora de recursos humanos, e por isso os alunos foram distribuídos em 30 equipas que foram organizadas pelas seis categorias para uma "maratona" de ideação e desenvolvimento de código, com muita partilha de conhecimento e ideias à mistura. O cenário criado pretendia facilitar o networking e o brainstorming, aproveitando os espaços dos novos escritórios da EY e os materiais disponibilizados, onde até se incluíam bolas anti-stress e cubos de Rubik.

Veja as imagens do EY AI Challenge  

Depois de quatro horas de trabalho para resolver os problemas colocados e desenvolver as soluções, as equipas prepararam um pitch que foi apresentado a um júri, que envolveu também sócios e partners da EY na área da tecnologia. Foi escolhido um vencedor em cada categoria e os 10 melhores alunos vão ter direito a um estágio na EY, mas a participação também dá um acesso rápido no processo de recrutamento, para o EY Summit em setembro, e convites para acompanhar a empresa nos concertos do NOS Alive.

Teresa Freitas sublinha que o entusiasmo durante todo o dia de hackathon foi muito estimulante e que sentiu sempre uma grande adesão dos alunos, entusiasmo e compromisso. "Tivemos alunos que vieram de longe, no próprio dia, e das universidades de Aveiro, Coimbra, Braga, do Porto, mas também do Técnico e da Nova em Lisboa, e também se criou um espaço de troca de experiências", sublinha, dizendo que ao fim de algumas horas parecia que já se conheciam todos há muito tempo.

"É a primeira vez que fazemos um evento desta natureza e o nosso objetivo era também divulgar a EY como empresa tecnológica e de desenvolvimento de Inteligência Artificial. Temos muito trabalho nesta área para grandes empresas", adianta Teresa Freitas.

Aposta na Inteligência Artificial e na inovação no recrutamento

Em fevereiro a EY inaugurou o EY.ai Hub, o centro de inovação da EY Portugal, criado para ajudar as organizações a acelerar a transformação digital e adotar a Inteligência Artificial (IA) nos seus modelos de negócio, com foco na ética e responsabilidade mas também na confiança e transparência.

Esta é uma área onde a empresa está a investir e que acompanha também todos os segmentos de negócio da EY, como explica Andreia Reis, responsável de talento da EY Portugal. "A EY investiu 2 mil milhões de euros em Inteligência Artificial e nas ferramentas que estão à disposição de todos os colaboradores [...] são assistentes de produtividade", explica.

No recrutamento já são usados alguns algoritmos de IA, em especial na fase de screening com automatismos definidos de acordo com as especificações da EY, mas o processo passa sempre pela parte humana.

"Usamos automatismos mas não dispensamos a inteligência relacional", sublinha Andreia Reis.

No caso dos alunos que participaram na hackathon está aberto um "fast track" para o recrutamento na consultora mas os processos de captação de talento vão realizar-se como é habitual com o EY Summit onde é feita a avaliação dos candidatos e há momentos de "speed interviews" para identificar os perfis a contratar.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada. Última atualização 18h17