![Montra TeK: Tecnologia ao serviço de quem precisa de ajuda](/assets/img/blank.png)
Quando o comum os mortais - no pleno uso das suas funções, cinco sentidos e dotado de todos os membros e capacidades físicas subjacentes - pensa em tecnologia, tende a sonhar com aplicações e gadgets que lhe facilitem o trabalho, melhorem a produtividade, permitam aceder à Internet em todo o lado ou cumpram fins como o entretimento ou o alimentar de vaidades. Mas não acontece assim com toda a gente.
A verdade é que existe uma larga franja da população para quem grandes avanços tecnológicos, simples aplicações móveis ou sites adaptados às suas necessidades podem fazer a diferença entre ter ou não acesso àquilo que para outros é um dado adquirido, ser ou não capaz de desempenhar tarefas simples que até então lhes estavam vedadas.
Invisuais, deficientes motores, idosos, doentes crónicos são alguns dos grupos pelos quais a tecnologia mais pode fazer, no que respeita à melhoria das condições de vida. Projetos e produtos criados não faltam, mas nunca é demais relembrar algumas das soluções aos dispor de quem precisa. É isso que propomos hoje.
Não procuramos fazer uma listagem exaustiva do que há no mercado, apenas mencionar alguns dos projetos que se destacam, ou pela duração no tempo e sucesso, pela novidade ou pelas potencialidades que deixam adivinhar. Sugestões de outros a acrescentar à lista são bem-vindas.
Um dos exemplos nacionais pertinentes nesta matéria é o da Handout, uma "jovem empresa" nascida para dar dimensão a projetos desenvolvidos ao longo dos últimos 10 anos. O grupo é especializado na adaptação de soluções tecnológicas ao utilizador, com as quais procura assegurar a "integração, acessibilidade e usabilidade, independentemente da plataforma e equipamento usados".
Oferecendo serviços em diversas áreas, destaca-se no âmbito do artigo de hoje, o trabalho desenvolvido pela empresa no campo da acessibilidade na Web, uma área para cuja importância tem vindo a alertar através de artigos de opinião - como este e este, publicados no TeK, estudos e iniciativas.
Um dos exemplos é o Guia para a criação de páginas Web acessíveis. Desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), o documento aborda a criação de sites respeitando os aspetos que garantem a total acessibilidade à informação. Numa fase inicial, destina-se a ser integrado no programa da disciplina de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) do Segundo Ciclo Básico e sensibilizar os alunos para a necessidade de acautelar o acesso universal à informação publicada nas páginas pessoais e da escola, explica-se no site da Handout.
Destaca-se ainda o trabalho levado a cabo com o site Ajudas.com, um portal com informação sobre Ajudas Técnicas, que procura reunir apoios para pessoas com necessidades especiais - e cujas iniciativas se encontram atualmente suspensas por falta de apoios, lê-se no site, que ainda disponibiliza porém, informação potencialmente interessante nestas matérias.
Outra das empresas nacionais com ofertas dirigidas a pessoas com necessidades especiais em matéria de acessibilidade é a Ataraxia, que se dedica à adaptação e comercialização no mercado nacional de soluções de comunicação aumentativa e alternativa de acesso à informação. A empresa importa e otimiza para a utilização em Portugal "mais de mil soluções" de tecnologia destinada a deficientes visuais.
Terá sido também com este público-alvo em mente que os investigadores do Georgia Institute of Technology criaram uma aplicação que promete dar a qualquer utilizador de smartphones ou tablets a possibilidade de escrever mensagens sem olhar para o ecrã - debaixo da mesa, enquanto caminha, vê televisão ou conversa, por exemplo.
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A aplicação transforma o ecrã tátil dos telefones em superfície adaptada com seis teclas de braille, que convertem os toques em texto.
A Braille Touch não é a primeira aplicação móvel destinada a melhorar a interação dos invisuais com os dispositivos móveis, mas esta foi apresentada o mês passado e apresenta-se como uma solução de código aberto, concebida para ser usada tanto em smartphones como tablets e que reduz a "necessidade de adquirir teclados proprietários - e caros - para escrever em Braille, que normalmente custam milhares de dólares", destacou o investigador principal do projeto, Mario Romero, citado num comunicado publicado em meados de fevereiro.
Exemplo interessante de serviços que procuram ultrapassar as barreiras colocadas pela utilização de telemóveis por parte de deficientes visuais é também o Vodafone Say, disponível em Portugal e em português.
Trata-se de um "software de adaptação de telefones móveis, que é instalado gratuitamente nos terminais e transforma em voz o texto exibido no ecrã", explica a operadora no seu site.
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Passando ao campo dos equipamentos destinados a facilitar a vida dos deficientes motores, há exemplos como o criado por cientistas turcos para ajudar os paraplégicos a moverem-se autonomamente, que foi notícia este mês.
Designado Tek RMD, esta espécie de segway é apresentado como uma alternativa à cadeira de rodas, que deverá permitir aos paraplégicos circularem com maior independência, ficando de pé sem precisarem de ajuda de terceiros.
O dispositivo é controlado à distância por via de um comando e recorre a um sistema de suspensão que equilibra o peso do utilizador ajudando-o a colocar-se de pé, sem ter de recorrer a outra pessoa. O facto de a deslocação ser feita de pé, também deverá assegurar melhores condições de saúde que uma cadeira de rodas, onde o utilizador passa o tempo sentido aumentando o risco de coágulos sanguíneos, pressão arterial anormal e problemas de rins, destacaram os responsáveis pela criação do dispositivo, que se encontra agora em fase de ensaios clínicos.
Igualmente recente, mas desenvolvida em Portugal, é a proposta apresentada esta semana por um investigador da Guarda. Luís Figueiredo criou um sistema de baixo custo para localização de pessoas e bens - que pode ser particularmente útil quando aplicado a idosos ou pessoas que sofrem de Alzheimer e facilmente perdem o sentido de orientação, deixando de reconhecer os locais e perdendo-se, explicou.
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Denominado Magic Tracking, o projeto deste professor do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) recorre ao sistema global de posicionamento através de satélite (GPS) e funciona como um reológio que é instalado no utilizador, permitindo verificar onde este se encontra através do Google Earth.
O Magic Tracking usa um recetor de GPS e um cartão de dados GSM que permite a transmissão das coordenadas para o servidor da empresa. O utilizador poderá visualizar a localização da pessoa ou dos bens protegidos no serviço da Google, detalha-se.
O serviço não é uma novidade, mas a diferença esta nos custos de utilização: 0,50 euros por mês. O equipamento necessário custa entre 100 e 150 euros e é comercializado pela empresa MagicKey, sedeada no IPG.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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