Está em marcha a 3ª edição do Portugal Tecnológico. Ao contrário dos quatro pavilhões da FIL inicialmente anunciados, a tecnologia portuguesa mostra-se em três pavilhões por onde desfilam soluções desenvolvidas por empresas e projectos públicos, numa arrumação ampla e que deixa muito espaço de circulação para quem vistita o evento.



Se passar pela FIL nos próximos dias e espreitar a exposição é possível que se cruze nos corredores do certame com um pequeno robot ou com um carro eléctrico. O Primeiro Ministro José Sócrates chegou aliás ao centro de exposições de Lisboa no veiculo, depois de uma viagem de Metro até ao Parque das Nações.



O carro que já é usado em ambiente real, como prova o facto do modelo presente na feira ter sido cedido pelo Centro de Reabilitação Rovisco Pais, é apenas um dos atractivos para quem pretende saber mais sobre iniciativas sustentáveis e amigas do ambiente. A já referida Praça da Energia mostra mais tecnologia nesta área centrada nos veiculos, com e sem motor, já que também estão disponíveis nesta área bicicletas.



Voltando ao interior do espaço de exposição, o pavilhão 1 é exclusivamente dedicado ao contexto empresarial. O segundo pavilhão reune projectos públicos e o terceiro foca iniciativas desenvolvidas com o apoio de programas de financiamento regionais.



Dizer que a feira está cheia de novidades em primeira mão seria um exagero, mas que há diversos projectos em fase de lançamento a aproveitar a mostra para se darem a conhecer, isso há.



É o caso da Seed Studios que está na feira a mostrar aquele que será o primeiro jogo português para PlayStation 3, compatível com o comando Move. A empresa aproveita para mostrar aqui este jogo de RTS - Real Time Strategy, o Under Siege, que chega à loja online da PS3 em Novembro e em sete línguas. Antes deste jogo a Seed já desenvolveu mais três para Nintendo DS.



Os interessados em conhecer o jogo de estratégia que não passem pela FIL nos próximos dias podem visitar o site oficial do projecto.

[caption]Seed Studios[/caption]

Na mesma zona da exposição - Pavilhão 3 - pode ver I&D e inovação aplicada à saúde, ao turismo, à energia ou ao multimédia. O mesmo pavilhão também recebe a LanParty que anima o evento nos próximos dias e uma área de jogos onde é possível experimentar consolas e serviços interactivos.



Quem estiver interessado em saber as últimas inovações nos projectos públicos, ou ligados a entidades públicas, deve espreitar o expositor da Agência para a Modernização Administrativa. Aí pode tomar contacto com o novo serviço Senha01. O nome descreve uma nova forma de ir à Loja do Cidadão, sem sair de casa. O serviço, que deve ficar disponível a partir de hoje (de acordo com informação fornecida no expositor), pressupõe a utilização de um leitor de cartões digitais ligado ao PC e os certificados electrónicos do Cartão de Cidadão activos. Na feira, pelo menos hoje, os leitores de cartões (que custam entre 10 e 12 euros) estavam a ser oferecidos.



Na área dedicada à educação também é possível conhecer algumas iniciativas interessantes. A ilha dedicada ao tema mostra Magalhães, como não podia deixar de ser, mas também permite contactar com várias ofertas de software educativo e perceber melhor como funciona e o que é o novo Portal das Escolas. O projecto já conta com mais de 70 mil professores registados e em breve verá reforçada a oferta de conteúdos vídeo, graças a uma parceria com a RTP e a SIC.

[caption]Portal das Escolas[/caption]

Os transportes também têm espaço próprio na feira. A Carris é um dos operadores a mostrar como usa a tecnologia no seu dia-a-dia. Enquanto os autocarros e eléctricos da transportadora seguem nas ruas de Lisboa há um grupo de 50 operadores que supervisionam os trajectos, emitem e recebem comunicação dos veículos.

A plataforma tecnológica XTrans, desenvolvida pela Efacec é usada pela empresa desde 2004 e permite ver carreiras num monitor e uma série de informação (como congestionamentos de trânsito) que permitem optimizar trajectos e evitar que para uma mesma via congestionada sigam vários carros. Por turno a Carris tem a trabalhar cerca de 8 controladores que controlam o movimento de 12 carreiras. Nos carros existem sistemas de GPS, videovigilância e um sistema de alertas de emergência que interagem com a central.

Ainda relacionado com os transportes, vale a pena ficar a saber mais sobre o projecto Mobile Ticketing, que junta TMN, Vodafone e Optimus à Oberthur Technologies. Testa-se uma nova solução de acesso aos transportes públicos via telemóvel.

A saude é outra área com algum destaque na feira. No Stand do Minisério da Saúde, espaço Convex - Cisco, é possível conhecer uma solução de teleconsultas que já está a ser usada em ambiente real e perceber que ferramentas tecnológicas estão em causa para garantir que a distância se anula e médico e doente tem a necessária proximidade. A tecnologia desenvolvida pela empresa portuguesa tem site próprio, onde se explicam os pormenores.

[caption]Nome da imagem[/caption]

Os mais curiosos, relativamente aos resultados de I&D das empresas portuguesas, também não devem deixar de passar pelo espaço dedicado à mostra dos projectos apoiados pelos diversos instrumentos de financiamento geridos pela Agência de Inovação. Esta montra, dentro da mostra está à saída do pavilhão 1 (para o pavilhão 2, do lado direito e tem muito para mostrar. Como por exemplo, a plataforma U4 da UAVision, um Quadcopter autónomo que pode dar apoio a forças de segurança, inspeçõesa de estruturas, recolha de imagem HD ou outras funções é apenas um dos projectos em exposição.

[caption]Nome da imagem[/caption]

Mas se a inovação é um traço comum a todos os projectos que podem ser vistos na feira, nem sempre daí resultam empresas HighTech. A tecnologia também pode ser usada para reciclar lixo e aplicar produtos naturais à criação de peças de louça da SPAL ou a azulejos. Da mesma forma, pode ser o caminho para fabricar calçado técnico com um aspecto fora do habitual e uma muito boa aceitação nos mercados internacionais, como o fabricado pela 2Work4. Tudo para ver até Domingo.

Cristina A. Ferreira