O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a empresa portuguesa TALUS desenvolveram um robot pintor que consegue colaborar com um ser humano em peças de grande dimensão.

De acordo com Rafael Arrais, investigador do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do INESC TEC, em declarações à Agência Lusa, já existe tecnologia semelhante em Portugal. No entanto, os robots têm limitações no que toca à capacidade de pintar produtos complexos ou de maiores dimensões.

A célula robótica colaborativa criada no projeto FLEXCoating consegue ultrapassar as dificuldades através de sensores 3D. A tecnologia permite ao robot e a um operador trabalhar em sintonia sem que haja a necessidade de barreiras físicas. Tal como elucida Rafael Arrais os sensores são utilizados para monitorizar o espaço de trabalho, encontrando por exemplo zonas de perigo, reconhecer e localizar objetos e até programar trajetórias por demonstração.

Maquete do projeto FLEXCoating
créditos: Projeto HORSE - H2020 UE

“Antes de iniciar o processo de revestimento, o operador ensina ao robô como deve pintar, demonstrando-lhe. Durante o processo de pintura, um sensor de visão 3D examina, reconhece e localiza o objeto a pintar e corrige a trajetória do robô previamente ensinada”, afirma o investigador do INESC TEC.

Os especialistas do Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes conseguiram testar com sucesso o robot pintor na FLUPOL, uma empresa portuguesa especializada na aplicação de revestimentos. Rafael Arais acredita que a utilização da tecnologia desenvolvida pode aumentar a eficácia do processo industrial. "Aquilo que estimamos, na parte final do projeto, é que seria possível um aumento na ordem dos 30% na eficiência do processo”, afirma o investigador.

O projeto que teve o seu início em 2018 conta com um financiamento de 200 mil euros pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia, tendo sido um dos projetos experimentais selecionados por uma Open Call do projeto HORSE.