No dia 1 de dezembro terminou mais uma Semana Europeia da Robótica. Foram mais de 300 os eventos que celebraram esta iniciativa também denominada de EuRobotics. E foi a terceira vez que os Estados-membro aderiram à iniciativa, mostrando o trabalho que tem sido desenvolvido nesta área, tanto por empresas como por investigadores.

Tal como outras iniciativas do género, o objetivo principal desta semana foi chamar a atenção dos europeus para a importância que o segmento da robótica tem e vai ter ainda mais na vida dos europeus. Basta ver o exemplo da Google que confirmou hoje, 5 de dezembro, ter uma divisão dedicada a esta área de investigação.

A semana da robótica já terminou, mas o TeK deixa-lhe aqui como
sugestão cinco projetos que a União Europeia está a financiar nesta área.

RoboHow

No conceito e na prática este projeto é todo ele ambicioso. A ser desenvolvido na Universidade de Bremen, na Alemanha, o RoboHow é um sistema que quer fazer com que os robôs aprendam sozinhos a fazer tarefas do quotidiano: seja panquecas, dobrar a roupa, arrumar o lixo ou preparar uma sandes.

A ideia é libertar os humanos deste tipo de atividades. O ponto diferenciador do RoboHow está na capacidade de os robôs assimilarem estas tarefas através da visualização dos humanos na realização das atividades. O processo de aprendizagem também pode ser conseguido através do acesso a informação online.

Fica uma galeria de fotos onde é possível ver um RoboHow em ação.

RADHAR

Este projeto pode ser definido como uma "cadeira de rodas inteligente". As pessoas que precisam de se movimentar desta forma enfrentam vários desafios ao longo do dia, seja no percurso ou até na força necessária para controlar o equipamento de apoio.

O RADHAR é uma cadeira de rodas equipada com vários sensores - lasers e câmaras por exemplo - que permitem avaliar elementos externos e facilitar a condução da cadeira. O robô tem ainda a capacidade de tomar conta da condução, caso não detete determinado nível de esforço por parte do utilizador. Ou caso tenha sido usada força a mais numa viragem, corrige a direção de forma automática.

A cadeira de rodas tem ainda a capacidade de adaptar-se ao melhor trajeto e de transmitir informações ao utilizador.

Stiff-Flop

Este projeto robótico está a ser desenvolvido com a área da medicina em mente. O Stiff-Flop é um braço cuja construção e modo de atuação é inspirada na flexibilidade da tromba dos elefantes e na capacidade de deteção de texturas dos polvos.

O robô pode ser importante porque consegue durante uma operação definir diferentes modos de corte, mais suaves ou duros, mais superficiais ou mais incisivos, consoante o órgão em que está a trabalhar.

Este é um projeto que está avaliado em quase 10 milhões de euros, mas segundo os vários investigadores envolvidos os resultados para os pacientes vão compensar o dinheiro dispendido.

ROBOFOOT

Não é um pé robótico, mas são robôs construídos em específico para a indústria do calçado. O objetivo deste consórcio liderado por espanhóis é criar máquinas que consigam trazer mais competitividade ao mercado europeu nesta área de negócio, face ao desafio de economias emergentes que apresentam mão de obra e produtos mais baratos.

A produção nunca fica em causa já que graças a um conjunto de sensores equipados nos robôs é possível determinar a suavidade ou dureza da ação. Assim o robô tanto pode ficar no final da produção a empacotar sapatos e sapatilhas, como pode ocupar posições mais perigosas para os humanos como tratamento de tintas e coloração do calçado.

O ROBOFOOT está avaliado em 3,7 milhões de euros.

STRANDS

Neste projeto a palavra-chave é autonomia. A STRANDS está a desenvolver projetos que permitem aos robôs ser o mais autónomos possível e serem o mais rápidos possível na movimentação em meio humano.

A tecnologia desenvolvida pela STRANDS na área da robótica pode ser aplicada em dispositivos que acompanham pessoas séniores em casa ou por robôs que vão ser usados como elementos de segurança.

Os robôs vão ter a capacidade de aprender e de se adaptar, em ambiente tridimensional, numa questão de segundos ou de meses.

Pelos exemplos dados e financiados pela União Europeia é possível ver que a robótica é uma área que abrange várias sectores e que pode contribuir para uma maior eficácia, um menor esforço e para uma maior competitividade.

O TeK convida os leitores a partilharem na caixa de comentários outros projetos de robótica, de outras zonas do globo e que tenham influência noutras áreas da vida quotidiana das pessoas.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico