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As campanhas de apoio à "produção nacional" sucedem-se e a intenção percebe-se. Afinal o objetivo é ajudar à recuperação da economia portuguesa (e, consequentemente, dos portugueses em geral), fazendo diminuir as importações.
Na Internet também há várias lojas a venderem "o que é nosso", com propostas que vão desde os bens alimentares ao artesanato. São projetos que pretendem divulgar os produtos tradicionais portugueses, a quem a tecnologia tem ajudado a fazer mais negócio, dentro e além-fronteiras.
A Alta Selecção foi criada há três anos, como produtora e distribuidora de produtos gourmets e tradicionais, elaborados de forma artesanal, e desde há um ano conta com uma loja online, numa aposta que se mostrou acertada.
A intenção foi, desde sempre, angariar mais pontos de venda (físicos), o que tem estado a suceder. "Perto de 60% dos nossos novos clientes têm surgido através da nossa loja online", refere Isabel Nigra, sócia da empresa.
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A disponibilização do site em inglês foi uma peça chave na estratégia de negócio, fazendo com que os patés, azeites e compotas da Alta Selecção cheguem a várias partes do mundo, com a empresa a exportar para mercados como o belga ou o austríaco, mas também a receber contactos de países como a Tailândia.
A conceção da loja online também foi pensada para o cliente individual, embora a procura não seja tão significativa. "As pessoas ainda gostam de 'mexer' nos produtos, de 'tocar'", considera Isabel Nigra, referindo que na maior parte das vezes o site serve como "montra" dos produtos que depois acabam por se comprar nas lojas físicas sugeridas.
A ideia da criar uma loja online de produtos alentejanos remonta a 2009, mas a Imenso Sul só viu a luz do dia há poucos meses, mais precisamente em dezembro de 2011. O objetivo foi desde sempre o de "levar a arte e os sabores da região" aos que estão mais longe, nomeadamente aos emigrantes.
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"Não há turista (interno ou estrangeiro) que não se deslumbre com o Alentejo: os vinhos, os queijos e enchidos, as loiças pintadas à mão, as mantas de lã, as peles, os barros, as tapeçarias", refere Luís Mariano Guimarães. "Como todos sabemos, estes produtos locais não tem visibilidade global. Muitos dos artesãos que lhes dão vida não tem condições para dar continuidade ao trabalho. Logo a missão da Imenso Sul é também remar contra a maré e colaborar na preservação das tradições".
O site tenta apostar em alguns elementos diferenciadores face à concorrência. Por exemplo, quem pretende comprar um Boneco de Estremoz pode ver um vídeo onde as artesãs explicam o produto, podendo ainda aceder à informação do concelho onde se fabrica esse mesmo produto
Existe também uma secção de notícias relevantes sobre a região e a uma agenda com as principais feiras, exposições e romarias do sul de Portugal. Além disso, enquanto passeamos pelo site, somos permanentemente acompanhados por música alentejana (ou feita por alentejanos).
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Luís Mariano Guimarães revela que tanto o site como a página no FaceBook têm evoluído animadoramente. "O site regista cerca de 2.000 visitas mensais com uma taxa de cerca de 10% de utilizadores 'fiéis'".
Embora ainda esteja numa fase de arranque, a análise ao tráfego mostra que são as comunidades emigrantes que seguem este projeto com mais interesse. "As encomendas são em muitos casos combinadas telefonicamente com o comprador. Não é uma loja fria e distante: quem visita www.imensosul.pt sente logo o calor do Alentejo".
De qualquer modo, as vendas em Portugal ainda superam as vendas no estrangeiro, isto porque a Imenso Sul fornece diretamente para lojas gourmet nacionais.
Tal como os restantes projetos mencionados, a e-mercearia comercializa apenas produtos portugueses e o seu principal objetivo é vender além-fronteiras, nomeadamente entre as comunidades de emigrantes de 1ª, 2ª e 3ª geração espalhadas pelo mundo, mas não só.
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Gerida pela Fábricas Lusitana S.A, detentora das marcas Espiga e Branca de Neve, a loja está disponível em três idiomas - Português, Espanhol e Inglês, estando em preparação as traduções para alemão e francês.
A e-mercearia soma mais de 130.000 visitantes únicos ao mês, com uma "taxa de repetição" de cerca de 25%, utilizadores que provavelmente costumam regressar interessados num dos 120 produtos que podem ser adquiridos online através do serviço, como as farinhas para pão, os bolos Branca de Neve, óleos em spray para untar ou doces e compotas.
Parcerias para vender mais
A loja online da Feitoria nasceu em fevereiro de 2006, no âmbito de uma iniciativa local de emprego, com o objetivo de "fazer chegar ao mundo" um conjunto de produtos tradicionais portugueses "que se foram selecionando através de pesquisas e viagens por Portugal".
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O que motivou a escolha dos produtos para o catálogo "foi o seu desenho, a sua função, e o seu possível enquadramento em casas e estilos de vida contemporâneos, e amigos do ambiente", faz questão de explicar Alexandra Melo, ao mesmo tempo que refere que muitos dos produtos comercializados online não se encontram no comércio de rua.
Desde novembro de 2009 o espaço virtual é dividido com A Vida Portuguesa, um projeto dedicado à comercialização de produtos antigos portugueses, e juntas as empresas vendem desde "a sombrinha de chocolate Regina ao pião de madeira".
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"Acreditamos em unir esforços. Somos duas lojas gémeas, com o mesmo carrinho de compras e, juntas, temos mais de dois mil produtos disponíveis", refere Alexandra Melo. "Dividimos os nossos catálogos, não nos 'concorrenciamos' e atraímos mais clientes".
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O esforço conjunto tem mostrado resultados: o recurso à loja online tem vindo a crescer gradualmente, estando a registar cerca de 18 mil visitantes mensais. O número de encomendas varia bastante, com a época do Natal a liderar as alturas de pico, mas em média a Feitoria e a Vida Portuguesa somam cerca de 100/150 encomendas por semana, 60% das quais para Portugal. Os utilizadores registados são 3.510.
"As parcerias em Portugal são muito raras", lamenta Alexandra Melo, defendendo que essa pode ser a solução para a viabilização de alguns negócios, principalmente num momento como o que a economia portuguesa está a passar.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Nota da Redação: Este artigo foi originalmente publicado no dia 27 de abril de 2012.
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