As cópias de segurança ou backups são, talvez, um dos temas mais falados quer pelos profissionais que trabalham na área tecnológica e pelas revistas e sites da especialidade. No entanto, é quase sempre também o mais negligenciado pelos utilizadores, que só começam a pensar seriamente nesta questão quando perdem irremediavelmente conteúdos importantes.

Fazer backups pode não ser a tarefa mais interessante na sua agenda diária. Exige que perca tempo, organize os seus dados e estruture uma política que permita criar e gerir as cópias dos diversos conteúdos da melhor forma. Mas vale a pena.

Independentemente do método de backup que escolher, existem algumas regras de ouro que deve seguir sob pena de as cópias ficarem comprometidas.

Nunca deverá manter a cópia de segurança dos seus dados no computador com que habitualmente trabalha, e muito menos na partição onde tem o sistema instalado. As cópias deverão ser gravadas em, pelo menos, três suportes diferentes (DVD, disco rígido externo, pen USB, serviços de backup online, entre outros), para o caso de um destes suportes ficar danificado.

Para se assegurar que todos os conteúdos críticos são copiados, o primeiro backup deverá ser total, e os restantes incrementais. Não vale a pena criar periodicamente cópias de segurança totais. O processo é mais longo e os benefícios não são importantes. A preocupação principal deverá centrar-se em manter essas mesmas cópias devidamente actualizadas, principalmente se criar novos documentos com frequência.

Por regra, todas as soluções de backup oferecem a possibilidade de agendar actualizações periódicas automáticas. Explore estas opções para não ter de se lembrar constantemente da tarefa e perder tempo com os backups. Note apenas que deve manter as cópias actualizadas nos vários suportes.

Uma cópia de segurança de um dispositivo móvel, seja ele um telemóvel antigo, um smartphone, ou um Tablet, deve seguir os mesmos princípios que as cópias feitas a partir de um computador. No entanto, existem alguns pormenores que podem variar.

É o caso da cópia dos contactos que estão no SIM. A maior parte das pessoas grava os contactos no telefone móvel e não no SIM, pelo que se fizer o backup do cartão este poderá não transportar todos os contactos que possui na agenda.

Depois, se guardar frequentemente novos contactos, então deve ter presente que esta cópia de segurança deve ser regular para que esteja a mais actualizada possível. Se recorrer a um operador para clonar o seu cartão, ou copiar os contactos, certifique-se que é no SIM que está a lista mais actualizada.

A oferta de criação de backups colocada em cima da mesa pelos operadores é bastante distinta. A TMN possui o arquivo t, um serviço que lhe permite fazer uma cópia de segurança dos conteúdos pessoais directamente no servidor deste operador.

[caption]Backup tmn[/caption]

O backup exige a instalação da aplicação arquivo t no telemóvel. O cliente possui um login e palavra-passe que lhe permite aceder à sua conta, através da qual vai poder, entre outras coisas, visualizar os conteúdos, adicionar, editar e remover conteúdos, como os contactos telefónicos através do site web e fazer pesquisas.

A activação do serviço é gratuita, mas o armazenamento tem um custo. Os valores podem ser consultados no site da TMN.

A Optimus possui um serviço muito semelhante. Através do Backup & Restore, os utilizadores podem passar os seus contactos, mensagens, imagens, vídeos, toques e outros conteúdos para uma pen, ou outro qualquer dispositivo de armazenamento. A transferência é feita numa loja da Optimus e tem o custo de 3 euros. Caso surja a necessidade de recuperar esses dados, a reposição dos mesmos é feita no mesmo local.

[caption]Backup optimus[/caption]

A Vodafone disponibiliza várias opções. O Vodafone People (integrado no Vodafone 360) e o Vodafone Backup & Restore, este segundo para o mercado empresarial.

Mais acessível a todos está o Vodafone Back Up. Este serviço permite que os clientes guardem a lista de contactos do telemóvel e possam geri-la através da área MyVodafone. A partir deste website, podem adicionar, alterar ou apagar os contactos guardados, bem como sincronizá-los com os contactos do Microsoft Outlook.

[caption]Backup Vodafone[/caption]

Relativamente aos fabricantes, os serviços de cópia de segurança estão dependentes dos respectivos programas que estes trazem e que permitem a sincronização com o PC. É o caso da Nokia, como a OviSuite, dos BlackBerry através do BlackBerry Desktop Software, dos Samsung com o PC Studio ou dos HTC com o HTC Sync, entre outros.

Se usar um telefone com Windows Phone, pode contar com a ajuda do serviço Microsoft My Phone, que para além de permitir fazer cópia de segurança do telefone de forma automática, oferece ainda opções que localizam o telefone se o perder e permitem aceder aos contactos e mensagens online, de forma gratuita.

Para quem tem um iPhone, o backup é feito através do iTunes, mas há dados que não estão contemplados nesta cópia de segurança. Se quiser certificar-se que os seus contactos ficam devidamente guardados numa cópia de segurança, é melhor optar por aplicações de backup que existem na Store da Apple para o telefone, ou soluções que podem ser instaladas apenas no PC.

Independentemente da solução usada lembre-se sempre de que deve guardar a cópia de segurança em diferentes suportes e mantê-la o mais actualizada possível.

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Palavra ao software

Nos dias que correm, quem tem um computador não tem desculpa para não fazer backups regularmente. Não só existe software perfeitamente capaz e à medida de todos os tipos de bolsos, como também os sistemas operativos incluem de raiz ferramentas que vão ao encontro das necessidades.

Com a introdução do Windows 7, a Microsoft melhorou substancialmente os mecanismos de segurança, tendo-os não só redesenhado como também reagrupado para tornar o sistema operativo ainda mais funcional. Através da ferramenta Cópia de Segurança e Restauro
poderá facilmente decidir onde deseja guardar o backup e se pretende que o processo envolva também uma imagem do sistema operativo.

Para lançar esta função basta ir à área Sistema e Segurança, disponível dentro do Painel de Controlo, ou abrir o Centro de Acção (identificado por uma pequena bandeira na área de notificação do sistema) e escolher a opção Configurar Cópia de Segurança.

A partir do primeiro menu da ferramenta Cópia de Segurança e Restauro poderá ainda optar por criar uma imagem do sistema ou por criar um disco de reparação do sistema, uma funcionalidade relacionada com a segurança e que poderá interessar-lhe.

[caption]Backup no Windows 7[/caption]

Se for um utilizador de sistemas operativos Apple, tem a vida facilitada graças à ferramenta Time Machine. Através deste software incluído de raiz nas versões Leopard e Snow Leopard do Mac OS X, poderá facilmente configurar backups incrementais, ou seja, que vão sendo actualizados à medida que os ficheiros originais incluídos na cópia de segurança vão sendo modificados.

[caption] Time Machine [/caption]

Tal como acontece no Windows 7 com o utilitário Cópia de Segurança e Restauro, o software Time Machine permite a gravação em qualquer tipo de destino - no próprio disco, num disco óptico, numa unidade de memória ligada por USB ou FireWire ou até num lugar algures na rede.

O Time Machine funciona ainda em perfeita sintonia com o Time Capsule, um engenhoso disco externo que a Apple desenvolveu para servir enquanto dispositivo de memória em rede (NAS) com ou sem fios, mas que serve também como router 802.11n ou até mesmo servidor de impressão. A configuração é bastante simples e permite em poucos segundos activar uma solução que poderá poupar-lhe algumas dores de cabeça no futuro, caso venha a ter uma falha de sistema que implique a perda de dados.

O Time Capsule é comercializado
em duas versões com 1TB e 2TB e custa entre 276 e 460 euros.

[caption] Time Capsule [/caption]

Já no que toca ao Linux, existem várias soluções de software de backup à escolha - depende sempre da distribuição que se estiver a usar e da opção que se preferir instalar. A título exemplificativo, e se tomarmos o seu caso como sendo um utilizador de uma das distribuições mais utilizadas em Portugal, sugerimos o SBackup. Trata-se de uma solução completa, simples de configurar e que suporta todos os tipos de backup, desde simples a incrementais.

[caption] SBackup [/caption]

Existem muitas outras soluções disponíveis tanto para Windows como para Linux - umas mais limitadas, outras mais completas, algumas gratuitas, outras pagas. Independentemente da solução que preferir, o importante é que a use para mais tarde não se arrepender.

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Opções de hardware

Além de estarem relacionadas com boas práticas e princípios básicos de bom senso no que respeita à segurança de dados, as tarefas de criação de cópias de segurança dependem de um bom software e também do hardware mais indicado. Os discos rígidos externos são, neste caso, um companheiro indispensável para quem quer manter a informação em segurança. Se estiver à procura de um disco para backups, deve optar por um disco externo exclusivamente dedicado às cópias de segurança.

Caso a sua rede tenha uma tipologia simples e se baseie num computador ligado ao router, então um disco externo com ligação USB 2.0 é uma opção a ter em conta. Quanto mais espaço tiver disponível, melhor, pelo que propostas com 1TB são, à partida, ofertas base nos dias que correm. Verifique ainda se o fabricante não incluiu no pacote software dedicado para a criação de backups, o que pode poupar-lhe alguns euros extra.

A linha Store ´n´ Go, da Verbatim, é uma proposta que não deve ser ignorada. Entre os vários produtos disponíveis vai encontrar drives de 2.5" com 1TB de capacidade e com um preço bastante acessível (cerca de 95 euros).

[caption] Verbatim [/caption]

Este disco é portátil e pode ir consigo para qualquer lado, mas a grande vantagem técnica é que é compatível com o standard USB 3.0, o que quer dizer que consegue transferir dados mais rapidamente que os discos com interface USB 2.0.

Quem prefere um disco para ter em cima da secretária e que sirva exclusivamente para guardar cópias de segurança, deve dedicar alguma atenção ao Iomega 1TB Prestige USB 3.0. O disco de 3.5" tem, como o nome indica, 1TB de capacidade e liga-se ao PC através da interface USB 3.0 (que é retro compatível e funciona com standards mais antigos). Custa aproximadamente 120 euros e conta com software de protecção de dados.

[caption] Iomega 1TB [/caption]

Considere ainda opções como as da Western Digital, LaCie ou Seagate, outros nomes fortes neste segmento.

Tem
uma rede doméstica configurada em casa e quer ligar o disco de backups a uma porta de rede no router - para que qualquer máquina da rede aceda ao mesmo e possa fazer backups ? Então as drives NAS (Network Attached Storage) são as mais indicadas.

Neste campo pode contar com todos os nomes mais sonantes do mercado de discos rígidos "normais" - alguns já acima mencionados - mas com outros fabricantes. Os tempos em que era precisa gastar uma fortuna para ter um sistema NAS já lá vão. Neste momento, pode adquirir drives de rede por valores muito competitivos. No caso do NetGear MS2000, por exemplo, o valor não chega sequer a 100 euros.

[caption] NetGear MS2000[/caption]

Outras opções, como o ShareCenter Pulse DNS-320 da D-Link, disponível por cerca de 115 euros, são boas hipóteses. Nenhum destes preços inclui os discos rígidos, pelo que pode definir que discos - e que espaço de armazenamento - dedica ao aparelho.

Se não quiser gastar o valor extra em discos ou não estiver interessado em instalar e configurar o hardware, não se preocupe. Existem propostas que incluem já o espaço de armazenamento. Um exemplo? O Verbatim Gigabit NAS está à venda com um disco de 1TB por cerca de 145 euros.

[caption] Verbatim Gigabit NAS [/caption]

Para necessidades semi-profissionais, que exigem opções de gestão avançadas com uma orientação mais empresarial, então as propostas da QNap são excelentes opções. Destacamos o TS-239 Pro II+ Turbo NAS, à venda por cerca de 630 euros. Neste caso, tem direito a duas baías para a instalação de discos.

Lembre-se que os discos rígidos não estão incluídos no preço e devem ser comprados à parte. Considere ainda o hardware da Synology, que partilha os elogios que traçámos ao da QNap.

De resto, o TeK conta ter em breve um artigo sobre drives NAS onde o tema será alvo de mais atenção.