As tensões entre os Estados Unidos e a China estão a crescer de tom, no que diz respeito à tecnologia. Depois de Donald Trump ter apontado baterias ao TikTok e WeChat, assim como as medidas mais recentes contra a Huawei, é a vez da China responder à letra. Segundo avança o The Information, via The Verge, as autoridades começaram a remover milhares de aplicações da App Store chinesa, que a Apple tem explorado durante anos sem a respetiva autorização.
Ao todo foram 47.000 aplicações retiradas, depois da Apple ter perdido a capacidade de manter jogos pagos ou aplicações com microtransações à venda, de forma antecipada, enquanto aguardavam pela aprovação das entidades reguladoras chinesas. A quantidade de apps submetidas tornava-se impossível aos reguladores darem as aprovações em tempo útil, e por isso a maioria das apps ficavam neste limbo de venda sem autorização final para sempre.
No passado, os reguladores chineses obrigaram a Apple a fechar o ibookstore e iTunes Movies em 2016, apenas seis meses depois de terem estreado na China. E segundo é avançado pelo The Information, toda a operação da App Store baseia-se em vazios legislativos, visto que qualquer empresa que queira expandir-se para a China é obrigada a formar um consórcio com uma chinesa, que venha a deter a maioria e a assumir as respetivas operações.
No caso da Apple, é a própria a operar a App Store e até aqui tem evitado partilhar o código-fonte da loja de aplicações com os reguladores chineses. Para tal, a empresa liderada por Tim Cook tem mantido acordos de exceção com o governo chinês.
Isso significa que toda a operação da App Store na China poderá ser comprometida, caso o governo chinês decida retaliar as ordens executivas de Donald Trump contra a Tencent e ByteDance, assim como Huawei, e retirar esse privilégio à gigante tecnológica.
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