A empresa que comprou oficialmente a famosa aplicação TikTok em 2018 desenvolveu uma tecnologia que permite que insira o rosto de outra pessoa num dos seus vídeos. Mas, de acordo com o Tech Crunch e depois de um alerta de uma startup israelita, a ByteDance terá desenvolvido um "recurso inédito" e “invisível”, usando a tecnologia Deepfakes. A descoberta terá sido detetada no código da app por uma startup israelista, a Watchful.ai, onde se refere à tecnologia como “face swap”.

Face swap no TikTok
Face swap no TikTok

Tanto o código do TikTok, como de outra aplicação chinesa semelhante, e também da ByteDance, a Douyin, pede aos utilizadores para fazerem um scan biométrico de vários angulos do seu rosto, para depois escolherem uma seleção de vídeos nos quais desejam adicionar e compartilhar o seu rosto.

Se for efetivamente lançado no TikTok e na Douyin, o site refere que se pode criar um "ambiente mais controlado" onde a tecnologia de face swap e uma seleção limitada de vídeos podem ser usadas em prol da diversão, em vez de utilizadas em informações erradas. Outra possível consequência é o aumento da consciencialização sobre a tecnologia, de forma a que mais pessoas saibam que não devem acreditar em tudo o que veem online. No entanto, também poderia aumentar o medo sobre o que a empresa poderia fazer com os respetivos dados biométricos.

As deepfakes permitem manipular um vídeo ao ponto de ser possível colocar qualquer pessoa a dizer coisas, ou a fazer qualquer tipo de atividade, sendo difícil de detetar.

TikTok e Douyin negam integração da tecnologia nas apps

No entanto, quando contactado pelo site, o TikTok garantiu que essa tecnologia “não se trata de uma função na app” e a empresa não tem intenções de a lançar. Mais tarde, um porta voz da aplicação afirmou que os fragmentos de códigos inativos estão a ser removidos para não causar qualquer tipo de confusão, o que confirma implicitamente que o código foi encontrado na app do TikTok.

Estados Unidos dizem que TikTok pode ser uma ameaça à segurança do país. App nega acusações
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Já um porta-voz da Douyin disse ao TechCrunch que a app “se rege conforme as leis e os regulamentos das jurisdições em que opera, a China". A empresa negou que os termos de serviço do face swap surgiram no TikTok, apesar de o TechCrunch garantir que reviu o código da app, mostrando esses termos de serviço e a funcionalidade do recurso.

Recorde-se que desde o final de 2019 que o TikTok está a ser bastante criticado pelos Estados Unidos, que garantem que a aplicação pode ser uma ameaça à segurança do país, uma vez que pode ser manipulada pelo governo chinês. Depois de um pedido de investigação à app por dois senadores americanos foram vários os acontecimentos que se sucederam.

Desde uma acusação de uma jovem norte-americana de uma alegada recolha secreta e de forma ilegal das suas informações pessoais e de as transferir para servidores na China a uma abertura de investigação do exército dos Estados Unidos, o ano de 2019 foi marcado por um especial "ataque" americano à aplicação que permite criar vídeos curtos e animados.