Em dois anos, as viagens feitas pelos motoristas da Cabify em Lisboa e no Porto somadas dariam o correspondente a 120 voltas ao mundo. Nas contas entram desde o cliente que pediu um carro para fazer quase 900 quilómetros de viagem, àqueles que no início requisitavam o serviço só para ficar com as garrafas de água.

E por falar em água, a quantidade oferecida durante este período de tempo daria para encher 80 piscinas olímpicas. As contas da Cabify também se fazem pelas chamadas feitas para a equipa de apoio ao cliente e ao motorista, que ultrapassaram as 150 mil.

Hoje, com mais de 160 mil utilizadores registados e transportando cerca de 2.000 passageiros do serviço para empresas todas as semanas, a plataforma decidiu adicionar ao serviço prestado o pagamento com cartão de débito a bordo.

“No início tínhamos clientes que pediam o carro só para ficar com a água e não faziam a viagem, ou seja, estavam dispostos a pagar 3,5 euros por uma água, que era o custo da tarifa na altura”

Portugal é o único país, entre 11 os onde a Cabify opera, que terá a opção de pagamento com TPA disponível. A intenção é chegar “a um ainda maior número de utilizadores em Lisboa e no Porto”, nomeadamente àqueles que não usam as plataformas de transporte com motorista “por não quererem dar os dados do seu cartão de crédito”, referiu Nuno Santos, diretor geral da Cabify Portugal, durante a apresentação da nova opção.

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Para ativar esta opção, os utilizadores devem selecionar, na sua app, no menu “Métodos de Pagamento”, a opção “Pagar com TPA”. Há depois um processo de verificação por SMS com vista a garantir maior segurança, tanto para o utilizador como para o motorista”, declara Nuno Santos. Refira-se que este método de pagamento vem juntar-se à possibilidade de pagar através de cartão de crédito e via Paypal.

Como se anda à boleia da Cabify em Portugal?

É entre as 7h30 e 9h30 que a plataforma regista um maior número de pedidos, “o habitual, porque é quando a maior parte das pessoas vai trabalhar”, com outros picos a acontecerem ao final do dia e, depois, “ao fim de semana, no período noturno”, tal como acontece noutros mercados e com outras plataformas concorrentes.

Em declarações ao TEK, à margem da apresentação, Nuno Santos falou ainda de quão “exigentes” são os clientes em Portugal. “Temos uma alta taxa de avaliação dos motoristas e à mínima crítica que tenham partilham connosco”. A pergunta se são tão educados quanto exigentes já foi mais difícil de responder, com o responsável da Cabify a preferir ressalvar que os motoristas são educados e por isso geram um feedback idêntico, “embora existam sempre casos pontuais”, ressalvou.

“Como povo somos educados e se o serviço prestado for feito de forma educada, normalmente a resposta também é educada”

É com base neste tipo de premissas que se faz o sucesso da plataforma, considera o responsável.

“Por muito que tenhamos um preço económico para o serviço que oferecemos, sentimos que os nossos clientes não nos usam por isso, mas sim por toda a excelência de serviço, desde a oferta das águas ao rigoroso protocolo seguido pelo motorista”, defendeu. “Aí, sim, achamos que somos únicos no mercado e não há concorrência nem nova nem antiga que nos consiga vencer”.

Nuno Santos respondia relativamente a um pedido de comentário sobre a chegada recente ao mercado de uma nova concorrente, a Taxify, sublinhando que o negócio da Cabify “não deixou de crescer de semana para semana e ao ritmo que estava a crescer antes de qualquer novo lançamento”. Pelo contrário, “a concorrência vem ajudar a divulgar o sector”.