Os números hoje partilhados pela Huawei num encontro com jornalistas mostram a evolução da loja de aplicações da marca, que já contava com mais de 1,3 milhões de developers registados e 55 mil aplicações, num crescimento relevante face a 910 mil developers registados em agosto de 2019 e 40 mil aplicações.
A empresa tem colocado um foco muito grande nesta área, sobretudo com a incerteza de manter a utilização dos Google Mobile Services, na sequência do embargo económico colocado pelos Estados Unidos em maio de 2019 com a inclusão da Huawei na "lista negra" de entidades com quem o país não faz negócios. Os smartphones comercializados em 2019 têm todos Google Mobile Services, mas o Huawei Mate 30 Pro, lançado este ano, já só tem a versão Android open source com Huawei Mobile Service, e a AppGallery.
Ainda durante o Web Summit, Toby Heap, AppGallery Operation Manager, explicava a lógica da empresa e a forma como estava a trabalhar com os programadores e empresas de desenvolvimento, com um programa de incentivo ligados a um fundo de mil milhões de dólares para os produtores e uma fatia de receita de 85% durante os primeiros dois anos da parceria.
A empresa está a trabalhar diretamente em cada país para desenvolver o ecossistema e já fez apresentações em cerca de trinta países, incluindo Portugal, e a meta é ter mais de 90% das apps normalmente usadas pelos seus clientes na sua loja de aplicações até final do primeiro trimestre.
Em dezembro Tiago Flores adiantava ao SAPO TEK que a App Gallery já contava com mais de 50 aplicações portuguesas, entre as quais as apps do SAPO, mas o número foi agora atualizado para as 68 apps, onde se incluem o ID Gov, onde é possível guardar o Cartão de Cidadão e a Carta de Condução em formato digital, a da RTP e Expresso, entre outras. O objetivo é chegar a 175 até final do primeiro trimestre de 2020.
Ferramentas para inovar nas aplicações
Tiago Flores admitiu ao SAPO TEK que o facto de conseguir trazer para os developers um conjunto alargado de kits de desenvolvimento tem sido uma vantagem percebida pela comunidade, que valoriza também a maior abertura do código que permite desenvolver serviços de forma mais rápida e com melhor experiência de utilização.
O conceito de Seamless Life que a Huawei tem vindo a defender coloca o smartphone no centro de um ecossistema de equipamentos, todos ligados e todos em sintonia com a informação e necessidades dos utilizadores. E esse ecossistema é apresentado por Tiago Flores como uma das grandes vantagens do Huawei Mobile Services.
A Huawei garante estar preparada para dar aos developers acesso a ferramentas que permitem desenvolver aplicações mais inovadoras e por isso tem vindo a desenvolver uma série de Kits, que cobrem as necessidades de serviços de uma aplicação, como a ligação a localização, wallets ou identidade, entre outros.
Ao todo são já 24 os kits disponíveis através do APK da Huawei Mobile Services e a ideia é que esse número continue a ser reforçado ao longo do ano de 2020.
"A maior parte das aplicações só usam 3 ou 4 kits [...] Em apenas 5 meses entregámos 24 kits de produção para colocarem aplicações dentro da loja, a indústria demorou quase 10 anos a chegar aqui", afirmou Tiago Flores.
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