Os mais recentes dados do Teste Nacional de Privacidade da NordVPN, relativos a 2024, revelam que 33% dos portugueses inquiridos não prestam atenção aos termos de utilização das aplicações nem às políticas dos serviços online por não quererem perder tempo a ler .

As conclusões do estudo, reveladas em antecipação ao Dia Europeu da Proteção de Dados, que se assinala no dia 28 de janeiro, mostram também que 61% ignoram as políticas de segurança de dados, 43% não prestam atenção às políticas de partilha de dados com terceiros, e 49% não leem quaisquer políticas relacionadas com a recolha de dados.

De acordo com os dados avançados, os jovens com idades entre os 15 e os 29 são os que mostram menos interesse em ler os termos e condições em comparação com as gerações mais velhas. Por outro lado, os especialistas da NordVPN realçam que em todos os grupos etários, a percentagem mais significativa é a que se interessa pelas políticas relativas à partilha de dados com terceiros.

Na questão das permissões dadas às aplicações, os portugueses inquiridos acusam uma maior cautela. Apenas 3% concedem às apps acesso sem restrições a funções como localização, o microfone e ou lista de contactos. A maioria (92%) dos portugueses inquiridos opta apenas por dar o acesso necessário para a funcionalidade das aplicações.

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Adiar as atualizações de software ou das aplicações pode até parecer uma prática inofensiva, mas é algo que pode expor os equipamentos a ameaças. Neste caso, 38% dos portugueses que participaram no estudo continuam a adiar as atualizações de segurança.

O especialista realça que, no campo da cibersegurança, os dados são algo muito valioso. “Ao contrário dos bens físicos, os dados podem ser copiados, roubados, danificados ou vendidos sem deixar um rasto detetável, o que acarreta graves riscos financeiros e potenciais danos à reputação”.

As aplicações, por sua vez, são muitas vezes do canal de “fuga” de dados confidenciais “devido a permissões inadvertidas, atualizações falhadas, software malicioso e partilha de dados não autorizada”, afirma Adrianus Warmenhoven.

Segundo outro estudo realizado pelos especialistas da empresa, cerca de 87% das aplicações para Android e 60% das aplicações para iOS pedem acesso a funções do dispositivo que não estão relacionadas com as suas reais necessidades.

“A maioria dos utilizadores dá estas permissões sem ler os termos e condições, acabando por permitir que as aplicações os espiem”, alerta Adrianus Warmenhoven, acrescentando que a prática “pode levar a fugas de dados e ao roubo de informações pessoais, que podem ser usadas contra os seus interesses”.

Para reforçar a segurança e a privacidade, o especialista recomenda que descarregue sempre as aplicações a partir de lojas online oficiais. É importante que analise as permissões de dados requeridas pelas apps, ajustando-as conforme necessário, e que leia a política de privacidade antes de fazer o download de uma app. Se verificar que o nível de privacidade não é satisfatório é mesmo melhor considerar alternativas.

Deverá também limitar o acesso à localização apenas quando usa e evitar iniciar sessão com contas das redes sociais. Além disso, uma vez que continuam a recolher dados em segundo plano mesmo quando não estão a ser usadas, deve assegurar-se que elimina as apps que já não utiliza.