A Genehome é uma empresa portuguesa sediada em Braga que há dois anos e meio tem estado a trabalhar no desenvolvimento de aplicações ligadas à área da saúde. O ecossistema chama-se quicklog.me e tal como o nome deixa antever, trabalha num registo fácil de alguns dados de saúde, caso do peso, da pressão arterial e dos níveis de glicemia.



Só nestas três aplicações a empresa portuguesa conseguiu conquistar 200 mil utilizadores, a esmagadora maioria dos quais são de fora de Portugal: a quota de portugueses situa-se entre os 10 e os 15%.



O que a Genehome tenta fazer com estes sistemas simples de registo e de partilha de informação é colocar o poder todo do lado do utilizador através da simplificação da tarefa – pois atualmente e mesmo tendo um smartphone, nem todos os utilizadores se entendem bem com a tecnologia.



Renato Ribeiro explica mesmo que o grande objetivo destes e dos restantes produtos que a empresa está a desenvolver tem como foco a criação de uma ponte entre as pessoas e os profissionais de saúde. E o que os vai ligar verdadeiramente são os dados clínicos.



“Existem muitos projetos no campo da medicina eletrónica, mas está tudo muito desligado”, explicou o empreendedor em conversa com o TeK. “Queremos ligar o público aos profissionais e estamos muito orientados nas aplicações móveis. Queremos entrar na vida das pessoas através dos smartphones e dos tablets”, acrescentou.

[caption]Genehome[/caption]

A saúde está na moda – basta olhar para a quantidade de startups que têm surgido nesta área, mas em diferentes modalidades, e ver a quantidade de wearables que têm chegado ao mercado também com este foco. Renato Ribeiro não tem aliás dúvidas de que o facto de a Genehome estar a trabalhar nesta área despertou o interesse da Google e do Facebook.



A empresa bracarense foi aceite nos programas de apoio a startups que as duas tecnológicas têm: o Google Developers Startup Launch e o Facebook Fb Start. Com as empresas não existe nenhum contrato de exclusividade e também não há nenhum apoio financeiro direto, o que ajuda a afastar o cenário de conflito de interesses.



O porta-voz da Genehome explica ainda que esta “coexistência” é possível pois todos os interveninentes estão focados no mesmo objetivo: o crescimento da plataforma e das aplicações móveis.



Nos programas de apoio a tecnológica portuguesa procura sobretudo o auxílio técnico que lhes é disponibilizado, também porque “não se sabe o dia de amanhã”. Mas existem outras vantagens como acesso a plataformas de desenvolvimento, a ferramentas de trabalho e acesso à credibilidade.



A Genehome está neste momento a viver uma fase de grande interesse exatamente por causa da associação às duas gigantes da Internet, ao que Renato Ribeiro atesta que ter “o apoio deles dá credibilidade e é motivo de orgulho”.



Posto isto, resta perguntar: está prevista uma futura mudança para os EUA, para estarem mais próximos do núcleo fervilhante do empreendedorismo? Renato Ribeiro assegura que a empresa está em Portugal e que por cá vai ficar nos próximos tempos. Como a atividade da Genehome faz-se acima de tudo através do digital, permite uma maior flexibilidade tanto em negócios como no apoio aos utilizadores.



Mas, claro, as deslocações aos EUA parecem imprescindíveis quando se pensa no futuro da empresa.



A Genehome tem mais dois projetos na “manga”, mas Renato Ribeiro prefere manter quase tudo no segredo dos deuses. O executivo partilhou apenas que será relacionado com a área do fitness. Até que novos detalhes sejam partilhados, pode ir experimentando a Peso Quicklog.me, Pressão Arterial Quicklog.me e Glicemia Quicklog.me.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico