Os dados foram hoje publicados pelo jornal e resultam do barómetro da Pitagórica para o Jornal de Notícias. A concordância com uma solução de vigilância é clara, assim como a opção por um confinamento rigoroso apenas a uma determinada região.
As aplicações de rastreio de contactos estão a ser usadas em vários países como uma forma de identificar se os utilizadores estiveram próximos de pessoas que foram confirmadas com infeção por COVID-19. Os modelos adotados são vários, mas na Europa existe um conjunto de regras comuns que pretendem garantir a segurança e privacidade.
A Letónia e a Suiça já estão a usar as API da Google e da Apple e em Portugal está a ser desenvolvida uma solução semelhante com a app STAYAWAY COVID, de que o SAPO TEK já falou e sobre a qual preparou um conjunto de perguntas com respostas.
No inquérito da Pitagórica, apenas 25% dos portugueses recusam abdicar de parte da sua liberdade para permitir a identificação de quem esteve próximo de doentes através dos movimentos dos smartphones. Essa tendência é ligeiramente superior no Sul e entre os jovens, dos 18 aos 34 anos de idade. Já os utilizadores que foram inquiridos da Região Centro e do Grande Porto são os que que expressam maior disponibilidade para o recurso à vigilância eletrónica.
O inquérito abrange também outras medidas de restrição da liberdade de movimentos,mas que têm também o apoio dos inquiridos. Se surgir uma nova vaga de infeção por COVID-19 e voltar a ser aplicada uma obrigação generalizada de confinamento, em todo o país ou apenas numa região, o apoio é massivo: oito em cada 10 inquiridos na sondagem defendem que isso aconteça.
Sete em cada 10 inquiridos também apoia uma decisão em que o confinamento se destine exclusivamente a um grupo de risco, como os idosos. De notar porém que os que estão menos dispostos a sofrer medidas seletivas são precisamente aqueles que têm 65 ou mais anos, baixando para 60%.
Recorde-se que um inquérito da DECO revelado no início de maio indicava que os portugueses expressam algumas reservas quanto à privacidade dos seus dados nas aplicações de rastreamento da COVID-19. Embora reconheçam as vantagens, os inquiridos exigem também a anonimidade da informação partilhada.
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