O WhatsApp está a preparar uma melhoria à sua aplicação de mensagens instantâneas que promete dar a quem a usa um pouco mais de controlo em relação à sua privacidade. A funcionalidade impede que determinados contactos verifiquem a última vez que um utilizador estive ativo na aplicação.
Atualmente, através da secção de definições, os utilizadores podem decidir quem é que pode, ou não, ver os detalhes do seu perfil, incluindo a última vez que esteve online. Nesta secção, é possível tornar a informação visível para todos, ou apenas para os seus contactos, assim como torná-la “invisível”.
De acordo com o website WaBetaInfo, o WhatsApp vai adicionar um novo parâmetro na secção de privacidade. Através dele, os utilizadores poderão impedir contactos em específicos de verem qual foi a última vez que estiveram ativos. A novidade, que chegará às versões Android e iOS da aplicação, também se aplicará à fotografia de perfil e à biografia do utilizador.
Ao que tudo indica, a funcionalidade ainda está em desenvolvimento e, para já, não é claro se surgirá na próxima atualização à aplicação ou se será lançada muito mais tarde.
Recorde-se que, ao longo dos últimos tempos, o WhatsApp tem vindo a enfrentar uma série de problemas relacionados com a privacidade dos seus utilizadores. Ainda no início de setembro, a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC) aplicou uma multa de 225 milhões de euros ao WhatsApp por infringir as leis da proteção de dados.
A investigação da DPC, que começou há três anos, examinou se a aplicação de mensagens, propriedade do Facebook, atuou com transparência quando informou os utilizadores e não utilizadores sobre o cumprimento das normas do RGDP.
A atualização das políticas de privacidade do WhatsApp também gerou uma onda de protestos, levando muitos utilizadores a procurarem outras aplicações de mensagens instantâneas, e, em julho, esteve na base de uma avalanche de queixas por organizações de defesa do consumidor.
A Organização Europeia do Consumidor (BEUC, na sigla em inglês) e oito dos seus membros apresentaram queixas à Comissão Europeia e à rede europeia de autoridades de defesa do consumidor, afirmando que o WhatsApp está a pressionar injustamente os utilizadores para aceitar suas novas políticas.
Anteriormente foram feitos vários avisos para o facto de ser necessário aceitar as mudanças para continuar a usar o serviço, em maio a empresa acabou por recuar e mudar a medida de cancelamento de acesso para "avisos" persistentes".
Para as associações, "o WhatsApp não conseguiu explicar em linguagem simples e inteligível a natureza das mudanças". Consideram ainda que a ambiguidade "equivale a uma violação da lei do consumidor da UE que obriga as empresas a usar termos de contrato e comunicações comerciais claros e transparentes", refere o mesmo documento.
Os grupos apelaram à rede europeia de autoridades do consumidor e às autoridades de proteção de dados da UE para que trabalhassem em conjunto para resolver as questões de privacidade e direitos dos consumidores.
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