As receitas do mercado global de smartphones atingiram em 2021 os 448 mil milhões de dólares, número que traduz um crescimento de 7% face ao ano passado e de 20%, na comparação entre o terceiro e o quarto e último trimestre do ano.
Os dados do Counterpoint Market Monitor Service mostram ainda que o preço médio dos smartphones comercializados no ano passado também aumentou, em grande parte como resultado da chegada do 5G a muitos mercados, suportado por equipamentos numa faixa de preço mais elevada.
Ao longo do ano, 40% dos smartphones enviados pelos fabricantes para as lojas foram já dispositivos com conectividade 5G, quando em 2020 os equipamentos com essas características representaram menos de um quinto das vendas (18%).
Para isto contribui o facto de, no último ano, a oferta de equipamentos com 5G ter sido amplamente alargada, com fabricantes como a realme, Oppo ou Xiaomi a apostarem em força numa oferta de equipamentos 5G a preços mais acessíveis. Por outro lado, e noutro campeonato de preços de referência, já no final do ano foi lançada a última geração do iPhone.
Por outro lado, a escassez de semicondutores, também deixou a sua marca no trajeto do mercado de smartphones em 2021, contribuindo para o aumento de preços de muitos dispositivos, ajudando a equilibrar a receita quando a oferta não chegou para a procura.
Em média, os utilizadores gastaram 322 dólares na compra de um smartphone em 2021, um valor que pondera o grande volume de vendas de equipamentos de gamas média e de entrada, com o dos dispositivos mais caros, mas que também reflete o crescimento da procura de equipamentos em gamas mais caras.
Como sublinha a Counterpoint, necessidades profissionais, relacionadas com a educação ou mesmo com o lazer, continuaram a exigir em 2021 mais dos dispositivos eletrónicos que usamos, por causa das atividades “ao vivo” continuarem restritas durante boa parte do ano.
Apple ganha em média 825 dólares sempre que vende um smartphone. Samsung ganha 263 dólares
Por fabricantes, os números mostram que só a Apple, que chegou ao final do ano a liderar vendas no 5G, conseguiu captar quase metade (44%) das receitas geradas no mercado de smartphones em 2021. As receitas da dona do iPhone neste mercado cresceram no ano em análise 35% para 196 mil milhões de dólares.
A Samsung garantiu a segunda posição da tabela, com vendas de 72 mil milhões de dólares, mais 11% que no ano anterior, e também conseguiu melhorar a sua quota de mercado nos equipamentos de gama média e alta e nos dispositivos com 5G. Para isso, valeu-lhe a atualização da linha Galaxy S e o lançamento de dois modelos dobráveis, o Galaxy Z Fold 3 5G e o Z Flip 3, ambos com boa aceitação no mercado.
Xiaomi e Oppo seguem-se na tabela. Ambas conseguiram aumentar em quase 50% a receita com smartphones em 2021, para 36 e 37 mil milhões de dólares, respetivamente. As duas empresas chinesas conseguiram também aumentar ao longo do ano passado, a presença nas gamas média e alta do mercado, beneficiando igualmente de um “empurrão” importante do 5G. No caso da Oppo (que desde o terceiro trimestre de 2021 inclui a OnePlus), por exemplo, mais de metade dos smartphones expedidos pela fabricante para as lojas tinha já conectividade 5G.
Um dado interessante nos números disponibilizados pela Counterpoint é o valor médio ganho por cada fabricante cada vez que vende um smartphone. A Apple continua muito longe da concorrência, com uma receita média mensal por equipamento de fazer inveja a qualquer concorrente - também explicada pela concentração do portefólio disponível num número reduzido de equipamentos, todos eles com um preço elevado. Em média, a fabricante garante uma receita de 825 dólares com cada venda. Na Samsung, líder mundial de mercado em 2021, o mesmo indicador situa-se nos 263 dólares.
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