As vendas de smartphones dobráveis este ano devem crescer 66,6% de acordo com uma nova previsão da IDC, que revê em alta as anteriores contas da consultora para este segmento. Ao longo de todo o ano deverão ser enviados para as lojas 13,5 milhões de equipamentos com estas caraterísticas, contra os 8,1 milhões vendidos em 2021.
Os anos que se seguem vão manter a tendência de crescimento acelerado do segmento. Já em 2023, as vendas de smartphones dobráveis devem crescer 55,1%. Em 2026 serão vendidas 41,5 milhões de unidades, resultado de uma taxa média de crescimento anual na ordem dos 38,7%.
A Samsung tem sido a grande dinamizadora deste segmento e a empresa que mais tem recolhido frutos da aposta nos dobráveis e este ano a história vai repetir-se e numa escala maior, graças às novas versões dos dois modelos - Flip e Fold - que a marca sul-coreana comercializa. A quarta geração dos modelos foi revelada em agosto.
Como sublinha a IDC, um dos grandes argumentos de interesse deste segmento é o facto de integrar dois conceitos, que podem ser usados como um dois em um: smartphone e tablet. Essa premissa vai continuar a atrair mais adeptos, incluindo no segmento empresarial.
"Os novos lançamentos da Samsung trouxeram melhorias incrementais mas críticas face aos seus antecessores. O sucesso destes dispositivos deverá ser um forte indicador de como os produtos dobráveis evoluirão e captarão os consumidores”, defende ainda Anthony Scarsella, diretor de pesquisa da IDC.
O mesmo responsável reconhece que o preço continua a ser um dos grandes pontos de hesitação na compra de um modelo dobrável, mas um preço inicial de 999 dólares pode acabar por tornar-se mais aceitável, tendo em conta que a inflação este ano fez disparar o preços de forma generalizada.
Ainda assim, a consultora não prevê que este tipo de equipamento venha a tornar-se mainstream, desde logo por não ter condições para assegurar vendas em volume, como acontece com modelos abaixo dos 400 euros. Nabila Popal, outra diretora de pesquisa da IDC, sublinha que também não era desejável que assim fosse. Para que isso acontecesse os fabricantes teriam de ceder à tentação de baixar o preço dos equipamentos, sacrificando a qualidade e a experiência de utilização.
Nabila Popal, prevê e defende que o caminho seja o inverso. “Acredito que os dobráveis são o futuro dos dispositivos Android de alta qualidade”, como tal, “os fabricantes devem concentrar-se em melhorar o fabrico e experiência do utilizador para aumentar a confiança no segmento e gerar crescimento a longo prazo”.
De salientar que os dobráveis ainda representarão pouco mais de 1% do mercado de smartphones no final deste ano. Em 2026, também segundo as contas da IDC, deverão representar 2,8%, mesmo a crescer a um ritmo muito mais elevado que o mercado de equipamentos móveis como um todo.
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