Na semana passada a Comissão Europeia voltou a discutir o assunto relacionado com a adoção e padronização do carregador para dispositivos móveis, um assunto que se tem prolongado desde 2009. As principais fabricantes de smartphones, entre elas a Apple, Samsung e Huawei, assinaram um memorando de entendimento, comprometendo-se voluntariamente a chegar a uma conclusão para partilhar o sistema de carregadores.

Na última reunião em Estrasburgo reforçou-se a necessidade de legislação vinculativa, com metas e objetivos de introdução de carregadores únicos tanto para telemóveis como outros equipamentos móveis. A União Europeia estima o acumulamento de 50 mil toneladas de carregadores que se tornam obsoletos anualmente. Mas essa é uma ideia que a Apple contesta, avançando com uma visão diferente, de que a mudança para o sistema-padrão é que vai gerar o desperdício.

A empresa da maçã assumiu hoje a impugnação da medida, citado pela Reuters, sentindo ser a tecnológica que vai ser mais afetada pela medida. Defende que da sua parte a mudança significaria deitar para o lixo mil milhões de carregadores e equipamentos baseados na entrada Lightning, criando dessa forma um volume de lixo eletrónico sem precedentes.

“Acreditamos que a regulação que força a conformidade entre as ligações de todos os smartphones limitam a inovação, invés de a encorajar, além de colocar em risco os consumidores da Europa e a sua economia no geral”, destaca nas suas declarações. Para a empresa liderada por Tim Cook não é necessário uma regulação, já que fora do universo Apple, a indústria está a estabelecer-se em torno do USB-C.

Para suportar o seu ponto de vista, a Apple solicitou um estudo à Copenhagen Economics, que mostrou os perigos para os consumidores se a regulação for adiante. A mudança teria um custo de 1,5 mil milhões de euros, um peso bem maior que os 13 milhões de euros projetados nos benefícios ambientais.

Também a Comissão Europeia está a realizar um estudo sobre o impacto da eventual adoção do formato único dos carregadores. Está prometido a sua publicação no fim de janeiro, início de fevereiro.