Na sua apresentação na CES 2023, a Bullit revelou que 60 milhões de americanos vivem em zonas rurais, o que os torna muitas vezes isolados do mundo por falta de cobertura das redes de telecomunicações convencionais. A empresa diz que 22 mil milhões de horas de cobertura são perdidas por ano, significando mais de 100 milhões de mensagens por dia que deixam de ser enviadas. A situação originou um novo negócio e a empresa dá o exemplo do que a Apple, SpaceX, Qualcomm e AST estão a explorar no uso de satélites para preencher esta lacuna. A funcionalidade é aliás uma das grandes novidades do iPhone 14, que até já salvou vidas num acidente de viação.
A Bullit afirma que está a comercializar e a licenciar o serviço de mensagens por satélite e garante que a sua oferta é superior ao que está a surgir no mercado. O sistema oferece um sistema de duas vias de mensagens por satélite via smartphone, pretendendo democratizar esta forma de conetividade. A empresa tem vindo a trabalhar nos últimos dois anos com diferentes parceiros de hardware e de multimédia no desenvolvendo no seu ecossistema de cobertura via satélite, de forma a desenvolver antenas, software e outros componentes necessários ao serviço.
Veja na galeria imagens do serviço da Bullit
O objetivo é oferecer cobertura de IP por satélite, possibilitando aos seus clientes enviar e receber mensagens com uma baixa latência a todos os equipamentos iOS e Android, assim como computadores compatíveis, via aplicação dedicada da empresa. Os clientes apenas têm de assinar uma subscrição, configurar o smartphone e escolher um dos planos disponíveis do serviço.
Pode partilhar a localização pela mensagem e incluir emojis, recorrendo a uma interface simples e intuitiva de messaging. Cada mensagem tem o limite de 140 caracteres, incluindo os emojis. Um pequeno sinal na mensagem a laranja indica que esta foi enviada por satélite. O serviço, para já previsto para a Europa e Estados Unidos no lançamento (e outras regiões ao longo do ano), oferece mensagens de SOS gratuitas durante um ano. Depois existem diversos pacotes, a começar em 4,99 euros para até 30 mensagens por mês, aos 59,99 euros por ano, limitando a 250 SMS por ano, nos dois sentidos. A partir do segundo trimestre do ano vai ser possível utilizar o sistema de rastreio da localização.
O primeiro equipamento a suportar o serviço é o Motorola Defy, um smartphone com possibilidade de utilizar mensagens por satélite. Apesar de utilizar o termo “democratizar” o serviço, Ryan Stapleton, o representante da Bullit explicou ao SAPO TEK que para funcionar, as fabricantes de smartphones terão de adotar o respetivo chip de comunicação no hardware do equipamento e instalar a aplicação Bullitt Satellite Messenger que traduz as mensagens entre satélite e SMS. O serviço tentará primeiro ligar-se via Wi-Fi ou móvel como é habitual, e se nenhum dos dois estiver disponível, ligar-se-á via satélite.
Basicamente será uma funcionalidade expandida a mais equipamentos Android, que os transformam nas mesmas capacidades de um iPhone 14, por exemplo. Por outro lado, quando um utilizador com um smartphone “normal” recebe uma mensagem via satélite, identificada com um símbolo laranja, é convidado a instalar a respetiva aplicação, de forma simples, para poder comunicar com o emissor.
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