Apesar da apresentação da Huawei durante esta semana se ter focado essencialmente no smartphone dobrável Mate Xs, que vai chegar à Europa em finais de março, e mostrado os seus novos portáteis da linha MateBook, a sua loja de aplicações teve igualmente uma grande exposição. A AppGallery, que segundo Richard Yu, assume-se como a terceira grande loja de aplicações, ao lado da App Store e Google Play, e segundo o executivo da fabricante chinesa, é a mais segura das três.
A empresa afirma que continua a trabalhar para introduzir novas funcionalidades, incluindo o novo sistema Quick App, uma forma mais rápida para aceder às aplicações, diminuindo o consumo de memória do sistema. Há ainda novas ferramentas para os produtores, como o kit de produção MHS 4.0, como forma de aliciar mais empresas a converterem as suas aplicações para o ecossistema da Huawei.
Depois do evento, em entrevista coletiva com a imprensa internacional, o SAPO TEK pediu um comentário a WalterJi, responsável pelo negócio de consumo da Huawei, sobre as afirmações da Google há alguns dias. A gigante americana alertou para o risco de segurança relacionada com a instalação de aplicações fora do ecossistema da Google Play.
A gigante americana indica que “devido às restrições impostas pelo governo norte-americano”, as suas aplicações e serviços não estão disponíveis para estes dispositivos, nem mesmo de forma não oficial. De acordo com a Google, os modelos lançados a partir de maio de 2019 não passaram pelo seu processo de segurança e, por isso, não têm a certificação “Play Protect”. Em causa estava o contorno necessário para aceder a apps disponíveis na Google Services, fora da sua loja oficial.
Walter Ji respondeu que quem deve decidir onde fazer o download das suas aplicações necessárias são os próprios utilizadores, alinhando o seu discurso a Richard Yu, salientando que a Huawei está a trabalhar em novas funcionalidades para a sua loja, sendo a mais segura das três, desdramatizando as palavras da sua rival e parceira. Ainda assim, referindo-se ao seu sistema operativo, que tem como base o Android 10 open source, “emoldurado” com o EMUI 10, deixa no ar que “em poucos anos, acreditamos que os clientes se vão adaptar ao Harmony OS”.
Acerca do Mate Xs, o executivo da Huawei referiu que o desafio de construir um ecrã simultaneamente maleável e protegido não é fácil, sobretudo para um equipamento em que não se observam vincos na dobra. Mas quando foi questionado sobre quantas vezes é possível abrir e fechar o ecrã, apontando ao recente Motorola Razr, Walter Ji preferiu não arriscar a resposta, salientando, porém, que os utilizadores poderiam utilizar por dois ou três anos sem problemas.
Sobre o preço do Mate Xs ser superior que a sua versão anterior, Walter Ji acha que é um preço justo pela qualidade do produto, por entregar aquilo que as pessoas esperam. Ainda assim, considera que daqui a alguns anos, quando o preço de produção da tecnologia envolvida baixar, acredita que os smartphones dobráveis vão também descer. Além disso, considera que, sendo um produto revolucionário, as pessoas valorizam-no e acabam por comprar.
Por fim, ainda sobre a AppGallery, afirma que desde 2018 há 27 milhões de utilizadores da sua loja de aplicações: “os nossos consumidores estão a gostar cada vez mais da AppGallery”, deixando de lado, para já, qualquer plano para introduzir publicidade na plataforma. Salienta ainda que continua em conversações para trazer cada vez mais aplicações e produtores para o seu ecossistema. A propósito, Richard Yu terá mesmo adiantado ao website Gadgetmatch que apps como o Facebook, Instagram e Twitter poderão mesmo chegar à AppGallery.
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