A Apple voltou a ter razões para celebrar na China, onde regressou ao top 5 de vendas, graças a um bom arranque na comercialização do mais recente iPhone. Ao mesmo tempo, vale a pena ser cauteloso nos festejos, porque as vendas realizadas entre julho e setembro no país na verdade caíram e as dos principais concorrentes cresceram significativamente.
No último ano, a dona do iPhone tem sofrido o impacto da concorrência e da tensão política entre os dois países na “carteira. A vivo não tem dado tréguas e a Huawei tem ganho cada vez mais terreno, numa competição onde a Xiaomi e a Honor também são atores importantes. Nos três meses terminados em setembro, as contas da IDC mostram que as vendas da Apple na China caíram 0,3%. A empresa terminou o período com uma quota de mercado de 15,6%. Há um ano tinha 16,1%.
A Huawei conseguiu crescer 42%, na comparação com o período homólogo, e terminar o trimestre quase colada com a tecnológica americana, com uma quota de 15,3%. A vivo aumentou as vendas no seu mercado doméstico em 21,5% no período e liderou, assegurando uma quota de 18,6%. Ao contrário da Apple, as duas empresas conseguiram tirar partido da descida abrupta de vendas da Honor.
Os números para a Apple continuam a traduzir o impacto das medidas políticas que passaram a restringir a utilização de equipamentos de origem americana em alguns serviços públicos chineses, numa resposta ao mesmo tipo de medidas dos Estados Unidos. O iPhone tem sido uma das “vítimas” da decisão.
Refletem também a maior concorrência que a fabricante enfrenta no mercado chinês, não apenas com a vivo, que deixou de estar focada apenas no mercado de gama de entrada, mas sobretudo com o regresso em força da Huawei ao mercado de smartphone.
No ano passado, a empresa lançou o Mate 60. Já este ano apresentou o Pura 70, modelos que competem diretamente com o iPhone, com a vantagem de ter tecnologia desenvolvida na China. No dia em que chegou às lojas o mais recente iPhone, no final de setembro, a Huawei apresentou um novo dobrável.
Ainda assim, a IDC sublinha que o trimestre foi positivo para a empresa norte-americana, que conseguiu voltar aos principais lugares de vendas num dos seus mercados mais importantes, uma recuperação que nos próximos meses tende a continuar.
A Apple está prestes a lançar a Apple Intelligence, que traz uma das maiores inovações dos últimos anos para os modelos mais recentes da marca. Por outro lado, o mercado chinês está a beneficiar de uma enorme onda de renovação do parque de equipamentos, depois de três anos de estagnação. A curiosidade em torno da Apple Intelligence deve beneficiar a Apple na hora de tomar decisões sobre a compra de um novo smartphone.
Em termos gerais, as vendas de smartphones na China durante o terceiro trimestre do ano aumentaram 3,2% para 66,8 milhões de unidades.
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