A app foi desenvolvida pela Fundação Vodafone e foi lançada logo no início da crise pandémica. E a adesão dos utilizadores foi importante para tornar o projeto uma realidade, e ajudar a investigação de medicamentos e de "hiperalimentos" que ajudam a combater a COVID-19.

A primeira fase, que durou 6 meses, foi mais rápida devido à utilização do poder de processamento dos smartphones nos momentos em que não estavam a ser usados, como o carregamento ou durante a noite, ajudando a identificar moléculas com propriedades antivirais em alimentos comuns à base de plantas e medicamentos que poderão ajudar a combater a Covid-19, como explica a Fundação Vodafone que foi um dos parceiros da iniciativa. Com recurso a Inteligência Artificial foram realizados 100 milhões de cálculos matemáticos.

O projeto chama-se Corona-AI e teve início em abril , tendo sido identificadas nestes meses moléculas com propriedades antivirais em alimentos comuns à base de plantas, como frutos silvestres (em particular, groselhas, arandos e mirtilos), maçãs, laranjas, limões, repolhos, brócolos, cebolas, alhos, salsa e feijões. "Esta investigação permitiu ainda verificar que medicamentos comuns, usados para combater distúrbios cardiovasculares e metabólicos, tais como a sinvastatina, artovastatina e metformina, poderiam ser “redirecionados” para combater a Covid-19", refere um comunicado.

"Embora haja, com razão, uma grande ênfase em encontrar uma vacina para a Covid-19, procuramos formas de ajudar potencialmente as pessoas que contraem o vírus, reduzindo tanto a duração como a gravidade da doença. Para pacientes que possam não precisar de internamento hospitalar, há uma necessidade crítica de tratamento inovador e rentável fora das unidades de saúde. Esperamos que as estratégias de nutrição de precisão possam oferecer uma nova solução neste sentido”, afirma Dr. Kirill Veselkov, responsável pelo projeto Corona-AI do Departamento de Cirurgia e Cancro da Imperial College London.

As descobertas vão ser analisadas, de forma mais aprofundada, nas fases seguintes deste projeto pelos cientistas, que referem ser necessária uma validação clínica de forma a avaliar qual o impacto que estas moléculas podem efetivamente ter. Quando todas as fases deste projeto de investigação estiverem concluídas – estima-se dezembro de 2021 como data de conclusão do projeto – os resultados serão disponibilizados a toda a comunidade médica, de forma a facilitar os ensaios clínicos. As descobertas feitas ao nível dos alimentos poderão ser utilizadas para aconselhamento dietético de pacientes que se encontram em recuperação da Covid-19.

A  app DreamLab foi descarregada por quase um milhão de utilizadores de smartphones em 17 países, incluindo Portugal, e os utilizadores têm na aplicação a opção de utilizar o poder de processamento do seu smartphone para apoiar ou o projeto de investigação Drugs (Fase 4), que explora potenciais ligações entre medicamentos específicos e moléculas de alimentos com as redes de genoma do Cancro, ou o projeto de investigação Corona-AI (Fase 1).

A app é gratuita e está disponível para iOS e Android.