A Google assinala este mês 25 anos de existência e Sundar Pichai quis marcar a data. Numa longa publicação, o CEO da empresa recorda os momentos mais marcantes do passado e antecipa alguns dos desafios do futuro e a forma como a empresa, agora integrada no grupo Alphabet, pretende endereçá-los. A inteligência artificial, assume, é o grande destaque para o futuro.
Na sua opinião, a IA “tratará a maior mudança tecnológica a que iremos assistir nas nossas vidas". Segundo ele, “maior que a transição do desktop para o mobile e, provavelmente, maior que a chegada da própria internet”. A Google diz que abraça o desafio com o compromisso de fazer da IA uma tecnologia mais útil para todos, desenvolvida de forma responsável.
Pichai assume que a IA generativa está hoje já a ajudar a empresa a reinventar os seus principais produtos e é uma nova oportunidade para dar ainda mais escala, ao compromisso assumido pelos dois fundadores da empresa em 2004. O mote seria “desenvolver serviços que melhorem a vida do maior número possível de pessoas”.
Na mesma carta recorda-se que a IA faz parte da história da Google quase desde o início. Começou com o machine learning, usado desde o início dos anos 2000 para sugerir correções, melhorar a qualidade dos anúncios (que 25 anos depois continuam a ser um dos grandes pilares do negócio da empresa), mostrar sugestões ou recomendações.
Esse período é aliás um dos momentos recuperados numa timeline publicada pela empresa com momentos marcantes na evolução dos serviços de pesquisa da Google, que resumimos nesta galeria.
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Voltando à carta de Sundar Pichai e aos destaque dado à IA, o responsável recorda que em 2010 a empresa já trabalhava com redes neuronais. Mais recentemente criou a DeepMind, exclusivamente dedicada a esta área. Desenvolveu também a arquitetura que serve de base a vários modelos de linguagem de IA generativa e aos seus Mum e Bert. E, lançou o Bard, um assistente digital baseado em IA generativa.
Num texto que fala sobretudo de sucessos, mas também menciona alguns fracassos, o gestor sublinha que nestes 25 anos, a Google nunca tomou o sucesso por garantido. Foi a constante procura de respostas para novas perguntas que a fez avançar e crescer cada vez mais, até chegar àquilo que é hoje.
Tudo começou com a pesquisa e com a intenção dos fundadores, Larry Page e Sergey Brin, de “organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil“. A evolução do motor de pesquisa foi enorme, desde então e hoje o Google vai muito para além de um serviço de pesquisa. Tem 15 produtos associados, “que servem, cada um, mais de 500 milhões de pessoas e empresas, e seis deles servem mais de 2 mil milhões de utilizadores”.
Segundo Pichai, os produtos que se seguiram à caixa de pesquisa também começaram a ser desenvolvidos para responder a perguntas: “com o Gmail, a pergunta foi: Podemos oferecer 1 GB de armazenamento a cada pessoa?”. O serviço de correio eletrónico acabou por ser lançado em 2004, com “uma capacidade de armazenamento mais de 100 vezes superior ao que a maioria dos outros serviços de webmail gratuitos ofereciam”, recorda a empresa.
Outros marcos históricos na vida da companhia foram, anos mais tarde, os lançamentos do browser Chrome, do YouTube ou do Google Maps. Na sua carta ao mundo, Pichai junta o tradutor, ou a capacidade de pesquisar fotos pela descrição do que se quer ver.
Como referimos acima, a empresa, pela voz do CEO, também recorda alguns exemplos de insucessos nesta caminhada, como o Google Wave. Se bem que existiram outros, como o Google Buzz, Friend Connect, Knol, entre outros que pode ver aqui.
Em 2008, a Google, que desde o início baseou o negócio numa infraestrutura cloud, entrou também em força no segmento empresarial. Aproveitando essa experiência, a infraestrutura e os serviços que foi desenvolvendo, lançou a Google Cloud, que hoje compete com a Amazon e a Microsoft no segmento de serviços empresariais na nuvem.
Na transição para a era dos smartphones, o grande destaque da timeline da vida da Google alinhado por Pichai vai, claro, para o Android, hoje instalado em mais de 3 mil milhões de equipamentos, mas vai também para o Google Pixel, o smartphone da empresa que está prestes a ganhar uma nova versão. Na educação destaque para os Chromebooks, portáteis desenhados para o segmento.
Os próximos anos da empresa serão seguramente marcados por muitos novos desafios. O escrutínio cada vez maior, por parte de governos e reguladores, ao poder de influência que conseguiu alcançar nos últimos anos, tal como outras grandes tecnológicas, será certamente um deles.
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