O mundo pós-apocalíptico que serve de palco à nova série televisiva da HBO Max, The Last of Us, inspira-se nos jogos lançados pela Naughty Dog, um dos mais reputados estúdios da Sony PlayStation. Este é o segundo ensaio de adaptação de um jogo da produtora, depois de Uncharted ter chegado ao cinema no ano passado. A elevada componente narrativa dos seus jogos acabam por atrair os estúdios de Hollywood e os planos prometem não ficar por aqui, uma vez que a Sony já criou uma divisão interna para supervisionar a adaptação dos títulos do seu catálogo.
The Last of Us conta a história de como a civilização se organizou para conter uma pandemia de um fungo que transformou grande parte da população numa espécie de zombies, neste universo conhecidos como Clickers devido aos estalinhos que imitem da boca. O fungo que alimenta esta narrativa até existe na realidade, tratando-se do cordyceps, conhecido como um parasita que ataque certas formigas. Este afeta o cérebro dos hospedeiros ainda vivos, tomando-lhes o controlo do corpo, tendo o objetivo de morder outras formigas para transmitir a infeção. Os guionistas adaptaram o fungo a uma maior escala, afetando os humanos como se pode ver na série (e nos jogos).
Veja na galeria imagens do videojogo que inspirou a série:
Neste primeiro episódio é possível assistir à forma como os protagonistas, Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey), se conheceram, retratando eventos muito próximos do primeiro jogo. Joel perdeu a sua filha durante os primeiros momentos da pandemia, cerca de 20 anos antes do estado atual do mundo. Já a jovem guarda um segredo importante e terá de ser escoltada até uma base dos Pirilampos, uma fação de rebeldes que se impõe contra o sistema militar em vigor que dita uma quarentena opressiva e obriga ao recolher obrigatório durante a noite para evitar mais contágios.
A série retrata com grande fidelidade o ambiente pós-apocalíptico do jogo, profundidade das personagens e atuação dos atores, que são os principais pontos de elogio da imprensa especializada, tendo recebido a média de pontuação mais elevada de uma adaptação de videojogo. E é fácil perceber o sucesso, uma vez que a série é da responsabilidade de Neil Druckmann, diretor criativo e responsável máximo pela saga de videojogos na Naughty Dog, juntamente com o produtor Craig Mazin, que venceu um Emmy e Globo de Ouro pela série Chernobyl. Ambos são também produtores executivos e guionistas da adaptação do videojogo a televisão.
O remake do videojogo foi lançado em setembro de 2022 para a PlayStation 5, esperando-se a sua chegada em breve para o PC. O original foi lançado em 2013 na PlayStation 3, mas também teve versões melhoradas para a PS4.
Na altura do seu lançamento original, a PlayStation lançou uma campanha mundial de promoção, mostrando como seriam algumas cidades europeias dentro do universo The Last of Us, incluindo a capital portuguesa Lisboa. As imagens mostram como seria a Ponte 25 de Abril destruída por cima do Tejo, “contemplada” ao fundo por um Cristo-rei aparentemente sem um dos braços. O Elevador de Santa Justa também viu o passar dos anos sem manutenção, revelando uma curvatura de quem vai tombar e os prédios ao lado igualmente danificados, mostrando como a natureza reclamou os espaços.
Veja como seriam as cidades em The Last of Us:
Além de Lisboa, pode ver o mesmo exercício aplicado a outras cidades mundiais, nomeadamente a catedral Dom de Berlim, os famosos canais de Amesterdão, nos Países Baixos, completamente secos, o Coliseu de Roma em Itália (ainda mais) em ruínas, o Kremlin na Rússia ou das torres de Madrid. A destruição chegou ainda à catedral de Notre Damme e a Torre Eiffel em Paris, assim como o Palácio de Buckingham em Londres. As imagens são impressionantes e merecem ser vistas.
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