Permaneceu no topo das listas mundiais em todo o mundo por meses, pela hipótese real de impactar a Terra, com direito a “agendamento” e tudo: 2 de abril de 2052 era a data marcada para o 2021 QM1 embater no Planeta Azul. “Era” porque, entretanto, o perigo terá passado, pelo menos numa data tão próxima.

Especialistas da Agência Espacial Europeia e do Observatório Europeu do Sul reavaliaram a situação, em resultado de novas observações e análises feitas com a ajuda do Very Large Telescope (VLT), e removeram oficialmente o 2021 QM1 da lista de potenciais asteroides de risco.

A boa notícia chega bem a tempo da comemoração de mais um Dia Internacional do Asteroide, assinalado esta quinta-feira, dia 30 de junho, e terá direito a uma transmissão online especial ao género “behind the scenes”, sobre como são avaliados os riscos de colisão destas “rochas flutuantes”, que pode ser acompanhada via AsteroidDay.org ou ESA WebTV, a partir das 09h30 de Lisboa.

O 2021 QM1 foi descoberto a 28 de agosto de 2021 pelo observatório Mount Lemmon, no Arizona, EUA. De início não houve nada a assinalar de destaque: era só um asteroide entre cerca de uma dúzia de novos asteroides próximos da Terra que são descobertos a cada noite escura, mas as observações de acompanhamento de rotina, fornecidas por telescópios espalhados pelo mundo, começaram a contar uma história mais preocupante.

As projeções realizadas sobre a trajetória em redor do Sol indiciaram que, em 2052, o asteroide podia chegar perigosamente perto da Terra. Na altura em que o risco parecia estar a aumentar, ocorreu um alinhamento cósmico (im)perfeito, conta a ESA: o percurso do asteroide aproximou-o do Sol visto da Terra, o que impediu a sua visibilidade durante meses, devido ao brilho do Astro-Rei. A somar, os astrónomos também sabiam que a rocha estava a afastar-se do planeta azul, na órbita que mantinha.

Foi necessário esperar e, enquanto isso, o VLT foi colocado a postos para apontar ao 2021 QM1 assim que este se afastasse da intensa luz solar. As condições ideais reuniram-se a 24 de maio último, altura em que o telescópio do ESO registou uma série de novas imagens com dados processados que mostraram um realinhamento de trajetória que descarta qualquer impacto em 2052.

O 2021 QM1 acabou assim removido da lista de possíveis ameaças classificadas pelo Gabinete de Defesa Planetária da ESA - onde continuam a constar outros 1.377 asteroides…