Fly or die. A frase em inglês é usada quando as crias de uma ave fazem a sua primeira tentativa de voo: ou conseguem e sobrevivem ou correm sérios riscos de enfrentarem uma morte imediata. A expressão também é usada no mundo do empreendedorismo e serve para vincar os momentos de definição que as empresas têm de atravessar.

Agora é o Solar Impulse quem chega a essa momento. Hoje, 25 de abril, quando forem 20 horas em Portugal Continental, o avião vai partir para aquela que é a maior etapa de todas: mais de oito mil quilómetros.

Enquanto um avião comercial de uma companhia aérea conseguia fazer o percurso em 10 horas, a equipa do Solar Impulse vai precisar de mais. Tudo em nome da promoção das chamadas energias limpas.

Mas além de ser um desafio para a máquina, também o será para o homem - mais propriamente Andre Borschberg, um dos dois pilotos do Solar Impulse e aquele que vai enfrentar a jornada de seis dias de voo contínuo.

Borschberg apenas vai poder tirar “sonecas” de 20 minutos, como detalha o The Guardian, e vai precisar de estar sempre com a atenção ao máximo. O piloto tem inclusive feito treinos de ioga para se preparar melhor para a etapa que tem pela frente.

O Solar Impulse, que não consome nem uma gota de combustível fóssil, vai viajar da China até ao Hawaii, nos EUA.

O controlo da meteorologia será outro passo importante, mas que será dado por uma equipa no terreno. Isto por causa da energia que precisa de ser gerada para o avião: quando anoitecer todas as baterias têm de estar a 100%, caso contrário o avião pode não ter energia suficiente até à manhã seguinte.

Se todos os aspetos em si parecem configurar-se para uma viagem nada menos do que épica, vale a pena recordar durante esta volta ao mundo o Solar Impulse ainda não voou mais de 20 horas seguidas.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico