Os hologramas não são algo que existe apenas nos filmes de ficção científica, com a tecnologia a evoluir ao longo do tempo e a ser aplicada em múltiplas áreas. Na indústria do entretenimento, por exemplo, os hologramas têm permitido trazer de volta à vida artistas que já faleceram, em particular, com recurso a Inteligência Artificial, como a mais recente criação do estúdio digital algarvio SPIC.

A empresa usou a tecnologia para criar um holograma do artista Angélico Vieira, falecido em 2011, trazendo-o de volta ao palco para um concerto dos D’ZRT, banda da qual fazia parte. De acordo com a empresa, o sistema de IA utilizado para gerar o holograma analisou mais de 9.000 registos do artista, incluindo performances ao vivo e entrevistas.

Através dos dados, o sistema foi capaz de criar uma representação virtual de Angélico Vieira, projetada em palco como um holograma por meio de uma técnica conhecida como retenção por retroprojeção, sendo este o primeiro holograma produzido pela SPIC com recurso a Inteligência Artificial. 

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Para a SPIC, iniciativas como esta abrem o leque de possibilidades para o uso de IA, que se apresenta como uma poderosa ferramenta para criar experiências imersivas, servindo também para ajudar empresas e marcas a encontrarem uma forma mais inovadora de interagirem com o seu público.

Ao SAPO TEK, Paulo Bica, Managing Director da SPIC, explica que, “o grande potencial da IA integrada nos hologramas, para a indústria do entretenimento, é, efetivamente, a possibilidade de trazer de volta artistas, que já não se encontram entre nós, com a particularidade de adicionar um nível de realismo”.

“A procura de uma envolvência maior do público nos espetáculos de entretenimento e a criação de narrativas interativas e individuais, que vão ao encontro da chamada imersão do espectador, poderão, com esta tecnologia, assumir outra dimensão”, realça Paulo Bica.

Mas o potencial da combinação entre IA e hologramas “é transversal a muitas outras indústrias”, em grande parte devido à “sua capacidade de comunicar de forma pessoal e interativa, superando alguns dos problemas apresentados pelos meios mais tradicionais, mais estáticos ou pré-definidos”.

Para lá do potencial “tanto em eventos e ativações de marcas como na publicidade e educação”, entre outras muitas outras, o responsável destaca, em particular, a aplicação da tecnologia na área da museologia e no atendimento ao público.

No primeiro dos casos, o recurso a soluções de hologramas com IA poderá dar aos visitantes de museus a oportunidade de se encontrarem face a face com uma variedade de personagens históricas, acrescentando “diretórios de informação a vários níveis” e “criando uma ferramenta de diálogo inteligente entre o espaço, o objeto e o visitante”.

Já no segundo caso, Paulo Bica afirma que a tecnologia pode ser utilizada para “conferir inteligência nos diálogos espontâneos”, permitindo também personalizar e contextualizar a informação que está a ser disponibilizada ao público.

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Os hologramas, a par da realidade virtual e sistemas robóticos motorizados, são uma das áreas onde a SPIC tem vindo a apostar ao longo dos últimos anos, como indica Paulo Bica,

A pesquisa e desenvolvimento de novas soluções “tem estado sempre presente”, através de um Consórcio de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico estabelecido entre o estúdio e a Universidade do Algarve que, segundo o responsável, se tem revelado como “um pilar de sustentabilidade e competitividade”.

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Com a holografia a assumir-se como “uma ferramenta que serve, em simultâneo, como gerador de receitas e um indicador da capacidade criativa e tecnológica da empresa” a SPIC tem “dedicado particular atenção à sua inovação e ao desenvolvimento de novos conceitos”, adaptando a sua oferta a diversos segmentos.

Para o futuro, a empresa ambiciona manter um dos seus grandes objetivos, “adquirir mais competências, identificar novos tipos de set up e aperfeiçoar os atuais”, ao qual se junta a integração com outras tecnologias emergentes como a IA.

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