Em 1965 o agente secreto James Bond, interpretado por Sean Connery, livrou-se de dois homens armados que o perseguiam, logo o início do filme Thunderball, “voando pelos ares”. O mundo era assim “apresentado” aos chamados jetpacks.
O modelo tinha sido desenvolvido com fins militares pelo exército americano, mas acabou por ser considerado demasiado perigoso, na altura, para continuar a ser utilizado.
Hoje, mais de meio século passado, a tecnologia avançou consideravelmente e tem sido testada numa série de aplicações, mas na maioria dos casos relacionadas com utilizações em meio militar, para operações de salvamento ou defesa, como ficou demonstrado num exercício recente conduzido pelos Royal Marines.
Os fatos com jatos foram desenvolvidos pela britânica Gravity Industries, uma empresa liderada por Richard Browning, ex-militar dos Royal Marines, que detalhou que os testes decorreram ao longo de três dias e tinham como objetivo ajudar as forças militares a explorarem uma nova forma de realizar as suas operações em alto mar.
À parte das utilizações militares e de assistência em situações de emergência, o potencial do uso recreativo tem sido relegado para segundo plano, envolto em preocupações de segurança, mas também ambientais e até de controlo de tráfego, algo que tanto a Gravity Industries como a Jetpack Aviation estão a tentar mudar, como dá conta uma reportagem da BBC News.
Com sede na Califórnia, EUA, a Jetpack Aviation disponibiliza ao público uma experiência de treino de dois dias no modelo JB10, um jetpack bimotor, e parece que a procura tem ultrapassado todas as expetativas – ou o mesmo que dizer que o produto não está a chegar para as encomendas.
A empresa norte-americana já terá treinado cerca de 80 pessoas que pagaram 4.950 dólares, cada uma, pela experiência.
"É um exercício caro para nós, porque é uma tecnologia cara", disse Mayman. Acho que com o tempo vai tornar-se mais acessível [graças aos futuros avanços tecnológicos]”, referiu David Mayman à BBC News.
No Reino Unido, a Gravity Industries também permite ao público em geral experimentar os seus jetpacks. As condições de segurança passam, tal como na Jetpack Aviation, pela ligação da pessoa a cabos presos a uma grande estrutura de metal, para evitar que voem de maneira incontrolável.
A empresa explica que os candidatos aprendem a pairar, “um processo muito parecido com aprender a esquiar, surfar ou mesmo andar de bicicleta. É algo que se sente versus aprende e que integra o sistema de equilíbrio humano natural”, refere a equipa da Gravity relativamente a um vídeo demonstrativo da experiência.
Entretanto, tanto uma com a outra estão a preparar corridas - sob água, por razões de segurança - que, no caso da Gravity, só não arrancaram ainda por causa da pandemia, uma vez que a empresa chegou a planear a sua primeira prova para março de 2020, nas Bermudas.
A nova “league” provavelmente envolverá pilotos que terão de contornar obstáculos, fazendo manobras durante o tempo de voo dos jetpacks, que no momento é de aproximadamente cinco ou seis minutos.
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