Tudo correu como planeado e, esta terça-feira, 14 de janeiro, passavam nove minutos das 19 horas quando o Falcon 9 arrancou da Base Espacial de Vandenberg, dando boleia ao PoSAT-2, desenvolvido pela LusoSpace, e ao PROMETHEUS-1, um projeto da Universidade do Minho, entre mais de uma centena de "entregas" de que também fazem parte os satélites da FOSSA Systems.
O PoSAT-2 é o primeiro de uma constelação de 12 microssatélites projetados para monitorizar o tráfego marítimo. Com um custo de cerca de um milhão de euros, o satélite será posicionado numa órbita baixa, a aproximadamente 500 quilómetros de altitude, acima da Estação Espacial Internacional.
Veja na galeria imagens do lançamento
Este projeto presta homenagem ao PoSAT-1, o primeiro satélite português lançado em 1993. Foi concebido para revolucionar as comunicações marítimas, oferecendo um sistema de mensagens curtas, apelidado de "Twitter dos oceanos". A tecnologia permitirá, por exemplo, alertar embarcações sobre condições meteorológicas adversas, possíveis ameaças de pirataria e emergências no mar.
Os primeiros dados do PoSAT-2 deverão estar disponíveis em novembro deste ano, marcando o início de uma nova era para as comunicações marítimas. O projeto, financiado em parte pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem um orçamento total de 15 milhões de euros e prevê o lançamento dos restantes 11 satélites até ao final de 2025.
Enquanto o PoSAT-2 tem um foco comercial, o PROMETHEUS-1, desenvolvido pela Universidade do Minho (UMinho), reflete uma abordagem mais pedagógica. Com apenas cinco centímetros de lado e 250 gramas, este pequeno cubo negro carrega sistemas de orientação, bateria e uma câmara similar à de um telemóvel, que permitirá captar imagens e avaliar o desempenho de software e hardware no espaço.
Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) no âmbito do Programa CMU Portugal, o projeto nasceu há três anos, coincidindo com o início dos cursos de Engenharia Aeroespacial na UMinho. "A ideia é levar o espaço para dentro da sala de aula", afirma Alexandre Ferreira da Silva, investigador principal. “Os alunos poderão utilizar este satélite como caso de estudo, desde o design até à análise dos dados”.
A bordo do foguetão reutilizável da SpaceX seguem também nanosatélites da startup espanhola FOSSA Systems, que fez coincidir o momento com a inauguração oficial da sua primeira filial internacional em Portugal.
Centrada nas áreas de Investigação, Desenvolvimento e Inovação, a filial portuguesa tem um papel central na estratégia global da FOSSA, explicou Julián Fernández, cofundador e CEO da empresa, em declarações ao SAPO TEK.
O novo centro de Lisboa será o núcleo global para o desenvolvimento de dispositivos IoT para conectividade de satélites, um dos pilares da estratégia tecnológica da empresa.
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