Nos últimos dias a Terra foi afetada por uma tempestade solar, que decorre de uma erupção de classe M na mancha AR3078. Várias entidades avisaram para a possibilidade da tempestade solar chegar aos níveis G3, considerado forte, causando alguns problemas em equipamentos tecnológicos, mas que também reforçou o número de auroras boreais e ampliou as latitudes onde poderiam ser observadas.

O resultado está exposto em fotografias partilhadas em várias plataformas, que mostram as imagens espetaculares de auroras boreais, também designadas como luzes do norte, e os efeitos luminosos no céu noturno.

A astronauta Samantha Cristoforetti, que integra a missão Minerva na Estação Espacial Internacional, diz que estas são as auroras mais espetaculares que viu em mais de 300 dias no espaço.

Clique nas imagens para ver algumas das fotografias partilhadas online

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O novo pico de atividade solar teve início na semana passada e uma das tempestades mais moderada fez sentir os seus efeitos logo a partir de dia 18, estendendo-se até 23 de agosto. Algumas autoridades ligadas à meteorologia, como o centro de previsão do tempo do US National Oceanic and Atmospheric Administration's (NOAA), o Australian Bureau of Meteorology (BOM) e o British Met Office fizeram um alerta para novas tempestades de nível G3, com efeitos a 18 e 19 de agosto.

As tempestades solares resultam de uma das manchas solares que tem emitido algumas erupções da classe M mas que já este ano teve episódios que chegaram à classe X. As erupções solares são comuns e fazem parte do ciclo de vida do sol, que num período de 11 anos tem várias fases de atividade com manchas solares e atividade coronal.  Atualmente o Sol está num ciclo ascendente desta atividade que deverá atingir um pico no mês de julho de 2025.

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As erupções da classe M, emitidas pela mancha solar AR3078, podem afetar a Terra se estiverem orientadas nesta direção, com o plasma e os campos magnéticos ejetados no espaço a colidir com campo magnético e atmosfera do planeta, resultando em uma tempestade geomagnética.

A classificação das tempestades varia consoante a gravidade, sendo uma tempestade leve ​​classificada como G1 e uma tempestade G2 moderada, enquanto as mais fortes têm classificações entre G3 e G5. Os avisos emitidos agora pelo NOAA indicam que esta é uma tempestade de nível G3. 

Mesmo as tempestades mais leves podem causar flutuações na rede elétrica, afetando também algumas migrações de animais e as operações de satélites. No caso das tempestades moderadas há alarmes de tensão elétrica em transformadores e pode ser necessário corrigir a rota de satélites, enquanto as operações de rádio de alta frequência podem ser interrompidas.

Um dos efeitos mais espetaculares, e esperados pelos observadores do céu, são as auroras boreais, que resultam da chegada de partículas à magnetosfera da Terra, acelerando o campo magnético e provocando um efeito de cores na atmosfera, também designado como as luzes do norte. Estes fenómenos são habitualmente visíveis nas zonas mais próximas dos polos norte e sul, mas com as tempestades solares podem alargar-se o campo de visualização a latitudes mais baixas.

O astronauta Bob Hines já teve oportunidade de registar a partir da Estação Espacial alguns dos efeitos destas auroras e partilhar no Twitter, e também a astronauta italiana Samantha Cristoforetti partilhou ontem as suas fotografias, afirmando que são as auroras mais espetaculares que viu em mais de 300 dias no espaço.