“Um mundo gelado de maravilhas”. É assim que a Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA na sigla em inglês) se refere a Plutão, depois de ter revelado as últimas descobertas do astro: existe gelo flutuante na superfície do planeta e uma forte camada de neblina.

A existência de uma névoa no planeta, até uma altura de 130 quilómetros, foi uma das descobertas que mais espantou os investigadores. Os dados foram conseguidos com recurso a uma fotografia captada apenas sete horas depois do ponto de aproximação mais curto da sonda New Horizons com o planeta anão.

“A neblina detetada nesta imagem é um elemento chave em criar os compostos de hidrocarbonatos complexos que dão à superfície de Plutão um tom avermelhado”, salientou em comunicado o investigador Michael Summers.

Para os elementos da NASA existem duas camadas distintas de névoa, uma a 50 quilómetros do solo e outra a 80 quilómetros. Os cientistas não esperavam encontrar índicios destes acima dos 30 quilómetros de altitude, pelo que serão necessárias novas ideias para se perceber o fenómeno registado em Plutão.

A sonda New Horizons enviou ainda imagens do que parecem ser camadas flutuantes de gelo, o que é um sinal de que existe atividade geológica no astro. A NASA explica que a alegada movimentação é semelhante à dos glaciares nos polos da Terra.

A atividade foi registada na zona montanhosa de Sputnik, que se situa no “coração” do planeta e é um dos conjuntos geológicos acidentados detetados em Plutão.

A NASA salienta ainda que a sonda New Horizons está com “saúde” e que é expectável que continue a enviar dados até ao final de 2016. Atualmente o satélite está a caminho do Cinturão de Kuiper, onde deverá analisar outros astros.