Quem ler a publicação que a ESA fez no seu blogue oficial vai reparar que além de ser uma curta dissertação sobre o que aconteceu à sonda Philae desde que pousou no cometa 67P, é uma partilha de informação franca.

Isto porque apesar de serem dadas, dentro do possível, as respostas ao título deste artigo, também incluem passagens como "assumindo que a Philae sobreviveu às baixas temperaturas na sua nova casa".

Quer isto dizer que atualmente os investigadores ainda não estão totalmente certos de que a máquina de exploração espacial voltará a funcionar. E este é o primeiro grande ponto a reter da informação que é revelada.

Depois existem outros aspetos de destaque, como o facto de a sonda ter afinal pousado quatro vezes no planeta, após a acometagem não ter corrido como esperado. Esta situação fez com que a mini-sonda da missão Rosetta ficasse num local desconhecido e os cientistas fossem obrigados a encontrá-la.

Mediante a análise de várias imagens recolhidas pelo satélite artificial do cometa 67P, através da tecnologia OSIRIS, a localização já parece ter sido identificada, mas não é animadora. Além de estar numa zona com pouca luz, o instrumento está também numa região acidentada ao nível do relevo.

As dúvidas vão ser desfeitas quando no dia 14 de fevereiro a sonda Rosetta fizer uma aproximação ao cometa que a colocará apenas a 6 quilómetros da superfície - e mais, vai também colocá-la numa posição que permitirá tirar fotografias à superfície do cometa com uma resolução "sem precedentes", diz a ESA, e livre de sombras já que a luz solar estará em "sintonia" com a missão.

Os investigadores salientam que esta aproximação da Rosetta já estava prevista e que serão feitos ajustes mínimos para tentarem saber onde está a Philae. Isto porque fora esta boa oportunidade, a próxima pode acontecer apenas em 2016.

Mas não podia a mini-sonda enviar informação sobre a sua posição?

É aqui que entra o outro pacote de informações relevantes partilhadas pelos investigadores da agência europeia. A posição "recôndita" da Philae não permite receber energia suficiente para funcionar.

O satélite devia ter seis horas e meia de iluminação por dia, mas está apenas a receber pouco mais de uma hora. E sem energia solar, nada feito.

Os cientistas estão à espera que o cometa 67P fique mais próximo do Sol para que a conjugação de fatores - maior luminosidade, maior temperatura - ajudem mais energia a chegar à sonda na posição onde está atualmente.

No final de março a sonda deve acordar, mas apenas em maio ou em junho é que será capaz de usar o retransmissor para dizer "acordei". A ESA revela ainda que já está a debater quais os instrumentos que terão prioridade de funcionamento assim que a sonda estiver operacional - se estiver.

Os leitores podem ainda recuperar os artigos onde o TeK resume o "namoro" das sondas com cometa e onde são detalhados alguns pormenores sobre o 67P: como por exemplo, ter semelhanças com uma pedra-pomes e "cheirar" a ovos podres, a estábulo de cavalo e a vinagre.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico