O rover Perseverance da NASA registou imagens impressionantes do eclipse de Phobos, a lua de Marte em forma de batata. As observações podem ajudar os cientistas a entenderem melhor a órbita da lua e como sua gravidade atrai a superfície marciana, dando forma à crosta e manto do planeta vermelho.
Capturado com a câmara Mastcam-Z do Perseverance a 2 de abril, ao 397º dia marciano, ou sol, da missão, o eclipse durou pouco mais de 40 segundos, muito menos do que um eclipse solar normal envolvendo a Lua. Refira-se que Phobos é cerca de 157 vezes menor do que a Lua e que o outro satélite natural de Marte, Deimos, é ainda menor.
Estas são as mais recentes imagens obtidas de um eclipse solar em Marte, mas não são as únicas, com várias espaçonaves da NASA a registarem estes eventos. Em 2004, os rovers gémeos Spirit e Opportunity tiraram as primeiras fotos de Phobos durante um eclipse solar. O Curiosity também continuou a tendência com vídeos feitos com o seu sistema Mastcam.
No entanto, este é o maior vídeo fornecido pelo Perseverance de um eclipse solar de Phobos até agora e com a maior velocidade de fotogramas da história. Tal foi possível graças ao sistema Mastcam-Z de última geração do rover, que implicou uma atualização com zoom da Mastcam do Curiosity.
“Eu sabia que seria bom, mas não esperava que fosse tão incrível”, disse Rachel Howson, da Malin Space, um dos membros da equipa Mastcam-Z que opera a câmara.
À medida que Phobos orbita Marte, a sua gravidade exerce pequenas forças de maré no interior do Planeta Vermelho, deformando levemente a rocha na sua crosta e manto. Essas forças também mudam lentamente a órbita da lua marciana. Como resultado, os geofísicos podem usar essas alterações para entender melhor a flexibilidade do interior de Marte, revelando mais informação sobre os materiais dentro da crosta e do manto.
Os cientistas já sabem que Phobos está condenada: a lua está a aproximar-se da superfície marciana e está destinada a colidir com o planeta daqui a algumas dezenas de milhões de anos. As observações de eclipses nas últimas duas décadas têm, no entanto, permitido aos cientistas refinar a sua compreensão da lenta espiral do satélite natural de Marte.
Recorde-se que Perseverance completou, em fevereiro, um ano por terras marcianas. A chegada das primeiras imagens vídeo enviadas por si, depois de sete meses de viagem - e daqueles que foram apelidados de "sete minutos de terror" - foram acolhidas com muita emoção por parte da equipa: o rover amartou com sucesso no local que lhe tinha sido destinado. Começava assim a missão do veículo robótico da NASA em Marte, que tem como principal objetivo a procura por sinais de vida ancestrais.
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