De acordo com a equipa de cientistas que desenvolveu o estudo, a água, que em tempos existiu em estado líquido no planeta Vénus, pode ter sido levada com o vento.

Os investigadores acreditam que planetas com campos elétricos na atmosfera podem ver as suas moléculas sugadas para o espaço numa corrente de força capaz de superar a gravidade, uma realidade condicente com Vénus, segundo dados recolhidos pela Agência Espacial Europeia.

"Percebemos que os ventos elétricos, que se pensavam ser apenas uma pequena engrenagem numa grande máquina, são, de facto, um grande 'monstro' capaz de sugar a água de Vénus sozinho," declarou em comunicado Glyn Collinson, um dos autores do estudo.

De acordo com observações conduzidas pela Nasa, a atmosfera de Vénus é particularmente seca, com "10.000 a 100.000 vezes menos água do que a atmosfera terrestre", uma prova evidente da força dos ventos elétricos em Vénus que podem estar relacionados com a proximidade ao sol.

A força dos ventos elétricos pode ter impacto noutros planetas e ser até o responsável pela inexistência de água noutros astros.

"Até um vento elétrico fraco pode influenciar a perda de água em qualquer planeta," disse o autor Alex Glocer em comunicado.

 

Nota de redação: A notícia foi inicialmente ilustrada com uma imagem de Europa, satélite natural de Júpiter. O lapso foi, entretanto, corrigido.