Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, aproveitou a participação na 61ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica, em Viena, para recolher apoio técnico. Em declarações à agência Lusa, revelou ainda que Portugal espera conseguir ainda o apoio do CERN - Organização Europeia para a Investigação Nuclear, e da universidade norte-americana do Texas, uma vez que a cidade de Houston dispõe de uma unidade de tratamento de cancro com tecnologia nuclear de protões de alta energia.

Segundo o ministro, esta tecnologia que permite o tratamento eficaz de cancros que não conseguem ser tratados de formas mais convencionais é também utilizada com aplicações na oncologia na Alemanha, no Reino Unido e na Suíça, estando a ser estudada em Espanha.

O projeto da criação uma nova unidade de saúde capaz de tratar anualmente 700 doentes oncológicos implica um investimento de 100 milhões de euros, que Manuel Heitor considere que possa ser suportado por fundos comunitários e por fundos reembolsáveis do Banco Europeu de Investimento. O seu funcionamento poderá ser no campus tecnológico e nuclear do Instituto Superior Técnico, em Bobadela, Loures, aproveitando a "maior concentração de técnicos em ciências e tecnologias nucleares".

No fundo, é "reorientar muita dessa capacidade para as terapias oncológicas", acentuou, lembrando que a "possibilidade de formar mais técnicos" surgiu este ano letivo com a abertura de mais vagas no ensino superior em física, a pensar na aplicação médica.

Hoje, na abertura da 61ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica, o diretor-geral, Yukiya Amano, recordou que o uso das tecnologias nucleares na saúde humana "ajuda a salvar anualmente milhões de vidas", realçando que a agência "trabalha com os governos para aumentar a experiência dos países em radioterapia e medicina nuclear".