Depois dos espelhos do telescópio espacial James Webb, a arte japonesa do origami está prestes a regressar ao espaço, agora como escudo térmico.

Desenvolvido com o apoio da ESA, Pridwen foi assim batizado em homenagem ao lendário escudo do Rei Artur, sendo ele próprio um escudo de proteção, mas numa vertente diferente. Assentando num design reutilizável, o dispositivo surgirá no momento antes de uma nave espacial reentrar na atmosfera.

No processo de regresso à Terra e encontro com a atmosfera, a velocidade orbital é convertida em fluxos de calor tão altos que uma nave desprotegida simplesmente queima. É aí que entram os escudos térmicos, aponta a ESA.

A tradicional proteção térmica ablativa remove o calor indesejado, fazendo com que pedaços do escudo queimem gradualmente. Em vez da ablação, o Pridwen confia na radiação: o seu tecido de liga de alta temperatura tem uma área de superfície suficientemente para que o fluxo de calor possa espalhar-se uniformemente através dele para irradiar gradualmente.

O escudo também servirá para desacelerar um satélite o suficiente para que este possa sobreviver ao pouso sem paraquedas. A sua fabricante, a Space Forge, tem planos para capturar satélites com uma rede flutuante.

Segundo a ESA, Pridwen já passou por vários testes de queda de até 17 quilómetros de altura e praticou capturas de líquidos “vertidos” em velocidade terminal. Está previsto que voe a bordo da missão inaugural ForgeStar-1A da Space Forge ainda este ano.

A técnica do origami tem vindo a transformar a engenharia espacial e conhece um dos seus maiores e mais recentes exemplos no Telescópio Espacial James Webb.

Clique para ver algumas das imagens captadas pelo telescópio espacial James Webb

Com aproximadamente o tamanho de um campo de ténis, o escudo solar do James Webb  foi dobrado para caber dentro da área de carga do cone do nariz do foguetão Ariane 5, tendo começado a dança mecânica para a abertura das suas cinco camadas a 28 de dezembro de 2021, três dias depois do lançamento a partir da Guiana Francesa.

O delicado processo só terminou a 5 de janeiro seguinte e, para que fosse cumprido, milhares de peças tiveram que trabalhar com precisão, nomeadamente 139 dos 178 mecanismos de libertação do Webb. As manobras foram realizadas em duas fases, uma para alongar as três camadas mais próximas do Sol e a outra para lançar as duas últimas.

O escudo solar foi criado para proteger o telescópio da luz e do calor do Sol, da Terra e da Lua. Cada folha de plástico é quase tão fina como um cabelo humano e revestida com metal refletor, fornecendo proteção da ordem de mais de FPS 1.000.000. Juntas, as cinco camadas reduzem a exposição ao Sol de mais de 200 quilowatts de energia solar para uma fração de watt.

Esta proteção é crucial para manter os instrumentos científicos do James Webb a temperaturas abaixo dos 380 graus Fahrenheit negativos, frio o suficiente para ver a fraca luz infravermelha que o supertelescópio sucessor do Hubble procura observar.

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