A comunidade científica está preocupada com os “inconvenientes” que a constelação Starlink poderá vir a causar.
Os primeiros 60 satélites para a instalação do sistema da SpaceX foram lançados com sucesso há uns dias. Ao todo, a “plataforma” vai ter cerca de 12 mil satélites, que servirão para fornecer internet de alta velocidade a preços em conta, a partir do espaço.
Até que o serviço comece a ser prestado vão ser necessários mais seis lançamentos, a que se juntarão outros seis necessários para iniciar uma "cobertura significativa" da maior parte da Terra. A conclusão do projeto está prevista para 2027.
Até agora são só benefícios, mas há cientistas preocupados com outras consequências da missão. É que apesar do patrão da SpaceX, Elon Musk, ter assegurado que os satélites ficariam "escondidos" na visão de quem está na Terra, já que não emitem luz própria, parece que não é bem assim.
O primeiro “alerta” foi registado logo pouco tempo depois do lançamento, pelo astrónomo Marco Langbroek, que em Leiden, na Holanda, capturou em vídeo o brilho intenso da fila de satélites da Starlink. Apesar de não serem de grandes dimensões, os satélites são altamente reflexivos, aparecendo como pontos que se movem no céu nas horas após o pôr do Sol e antes do nascer do Sol.
Mas não é só a “vista” do Cosmos que está em causa. A “frota” de satélites pode vir a ter efeitos negativos a outros níveis. A International Astronomical Union (IAU) tem duas preocupações principais: o facto de poderem afetar as leituras de instrumentos de alta precisão como o Extremely Large Telescope e a interferência rádio.
“A IAU, em geral, defende o princípio de céu escuro e rádio silencioso, não só essencial para o avanço da compreensão do Universo do qual fazemos parte, mas também como um recurso para toda a Humanidade e para a proteção da fauna noturna”, diz em comunicado. “Ainda não compreendemos o impacto de milhares destes satélites visíveis espalhados pelo céu noturno e, apesar de suas boas intenções, essas constelações podem ameaçar ambos”.
De acordo com a Union of Concerned Scientists, antes do projeto Starlink existiam pouco mais de dois mil satélites em órbita. Além dos 11.943 satélites de baixa altitude que a SpaceX pretende adicionar, há também as intenções de a Amazon lançar outros 3.236.
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