A popularidade das criptomoedas tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos, assim como as preocupações em relação aos impactos ambientais da sua mineração. Nos Estados Unidos, uma operação massiva de mineração de criptomoedas está a levantar polémica, trazendo graves consequências para o ecossistema local e transformando um lago glacial num "jacuzzi".
Localizada nos arredores do lago Seneca, em Nova Iorque, a fábrica Greenidge era outrora uma central energética. Porém, em 2019, foi convertida minerar criptomoedas, contando agora com 8.000 máquinas de mineração de Bitcoin, que estão em constante operação, sendo alimentadas pela queima de gás natural.
De acordo com dados avançados pela NBC News, em dezembro de 2020, altura em que a fábrica estava a operar a apenas 13% da sua capacidade total, as operações de mineração produziram 243, 103 toneladas de dióxido de carbono: 10 vezes mais do que a quantidade produzida no início desse ano. As emissões de óxido de nitrogénio também aumentaram 10 vezes mais desde o mesmo período.
Além disso, para arrefecer a maquinaria, a fábrica tem uma licença para usar mais de 526 litros de água do lago Seneca diariamente, despejando outros 511 litros no mesmo, com temperaturas acima dos 42 graus no Verão e acima dos 30 no Inverno. A prática faz com que a temperatura da água do lago aumente significativamente, pondo em risco o ecossistema existente e promovendo o aparecimento de algas tóxicas.
As intenções da Greenidge Generation, a empresa que opera a fábrica detida pela Atlas Holdings, uma empresa de capital privado, são de instalar mais máquinas de mineração e de expandir as suas operações, reconvertendo outros locais em fábricas.
Porém, os habitantes da localidade nova-iorquina posicionam-se firmemente contra as operações e, ainda no início de julho, organizaram um protesto em frente a um dos escritórios do Department of Environmental Conservation, uma entidade reguladora governamental responsável por assuntos ambientais, em Nova Iorque, avança a NBC News.
Recorde-se que, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, as operações globais de mineração de Bitcoin já consomem mais energia do que toda a Argentina. Os números mais recentes indicam que o processo consome 121,36 terawatts de eletricidade por hora. O consumo equivale a 0,5% de toda a energia produzida anualmente no planeta.
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