A Dish Network foi multada em 150.000 dólares pela Federal Communications Commission (FCC) por não tomar medidas adequadas no caso do satélite EchoStar-7, que foi desativado em maio de 2022 depois mais de 20 anos em órbita.

Em comunicado, a FCC explica que, após uma investigação, verificou que a Dish Network violou um conjunto de leis, regras e o próprio plano acordado previamente com o regulador ao relocalizar o seu satélite geoestacionário em final de vida útil para uma altitude abaixo daquela que seria necessária. À altitude em que se encontra, o satélite pode ser um risco para outras missões espaciais.

O satélite EchoStar-7 foi lançado para o Espaço em 2002. A Dish Network submeteu um plano de mitigação de detritos espaciais em órbita, que foi aprovado pela FCC em 2012. No plano a empresa comprometeu-se a baixar o satélite para uma altitude de 300 quilómetros acima da sua órbita quando a missão terminasse. 

As estimativas da Dish Network apontavam para que estas manobras ocorressem em maio de 2022. No entanto, em fevereiro desse ano a empresa chegou à conclusão de que o satélite não tinha combustível suficiente para cumprir o plano. O EchoStar-7 acabou por ser desativado a apenas 122 quilómetros acima da sua órbita habitual. 

De acordo com dados avançados pela BBC, a multa de 150.000 dólares é apenas uma pequena “mossa” nas receitas anuais da Dish Network, que em 2022, situavam-se na ordem dos 16,7 mil milhões de dólares. No entanto, acredita-se que poderá ter impacto para as restantes operadoras de satélites no futuro.

Estima-se que mais de 10.000 satélites tenham sido enviados para o Espaço desde 1957. Atualmente, mais de metade já não estão em uso. Segundo dados da NASA, há mais de 25.000 peças de lixo espacial com dimensões superiores a 10 centímetros.

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Um recente relatório da Agência Espacial Europeia (ESA) aponta que o número e a escala das constelações de satélites comerciais continuam a aumentar, especialmente nas órbitas baixas da Terra.

“Os satélites que permanecem na órbita operacional no final da sua missão correm o risco de fragmentar-se em perigosas nuvens de detritos que ficam no Espaço por muitos anos”, realça a ESA. Os satélites que ainda estão operacionais têm de realizar cada vez mais manobras para se desviarem de lixo espacial e evitarem cenários potencialmente desastrosos.

Embora a adoção de medidas para mitigar o problema esteja a melhorar, esta taxa ainda é insuficiente uma vez que existe um grande número de satélites e de lixo espacial, afirma a ESA. As reentradas assistidas podem ser uma opção a considerar e a ESA conseguiu implementar esta estratégia para o satélite Aeolus, reentrou na atmosfera terrestre no dia 28 de julho, após uma uma “morte” ardente, mas controlada.

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