O planeta Terra está rodeado por dipositivos espaciais com tarefas essenciais em várias áreas, nomeadamente no estudo das mudanças climáticas, no fornecimento de serviços globais de comunicação e navegação e na ajuda a responder a questões científicas importantes.
Acontece que algumas órbitas estão a ficar lotadas e cada vez mais perturbadas, com pedaços mortais e velozes de satélites, foguetões e outros artefactos que já não estão ativos e que ameaçam o futuro no espaço.
As observações são da ESA e fazem parte do relatório de 2023 sobre ambiente espacial, que volta a assinalar que o número e a escala das constelações de satélites comerciais continuam a aumentar, especialmente nas órbitas baixas da Terra.
Segundo a agência espacial europeia, poucos satélites deixam essas órbitas fortemente congestionadas no final das suas vidas.
“Os satélites que permanecem na órbita operacional no final da sua missão correm o risco de fragmentar-se em perigosas nuvens de detritos que ficam no espaço por muitos anos”, refere a ESA.
Em resultado, os satélites no ativo têm de realizar um número cada vez mais maior de manobras para se desviarem dos outros satélites e dos fragmentos de lixo espacial e evitarem colisões.
O relatório assinala ainda que a adoção de medidas de combate aos detritos espaciais está a melhorar, mas a taxa ainda é insuficiente, dado o grande número de novos satélites e quantidade de lixo existentes. “O nosso comportamento no espaço parece insustentável a longo prazo”, escreve a ESA.
Clique para ver os dados do relatório com mais detalhe
Recorde-se que a agência europeia operou há pouco tempo, com sucesso, o processo de inativação e reentrada na atmosfera terrestre do satélite Aeolus.
O Aeolus reentrou na atmosfera terrestre no dia 28 de julho, pelas 19h40 (hora de Lisboa). Embora a equipa da ESA não tivesse uma previsão exata de onde os fragmentos cairiam quando chegassem à Terra, os operadores guiaram o satélite da direção do Oceano Atlântico, de modo a que não fossem atingidas zonas de risco.
Lançado em agosto de 2018, esteve em órbita durante cinco anos, recolhendo dados para ajudar os cientistas a melhorar as previsões meteorológicas. A missão terminou em abril deste ano, com o satélite a preparar-se para uma “morte” ardente, mas controlada.
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