Um estudo realizado pela Universidade de Coimbra revelou que as escolas reabilitadas pela empresa pública Parque Escolar poderiam reduzir o consumo energético até 36%, se fossem postos em prática ajustes aos sistemas de ar condicionado, iluminação e ventilação de acordo com a ocupação das salas de aula e do horário letivo.
Segundo Luísa Dias Pereira, a investigadora do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) que levou a cabo o estudo, seria possível chegar aos resultados indicados e melhorar a Qualidade Ambiental Interior (QAI) “sem comprometer o conforto e a saúde dos seus ocupantes”, indica em comunicado à imprensa.
Integrada no projeto “3Es” (Escolas Energeticamente Eficientes), a investigação fez, ao longo de dois anos, campanhas de monitorização QAI em oito escolas secundárias do país requalificadas pela Parque Escolar, tendo em conta aspetos como, por exemplo, o nível de conforto térmico, as concentrações de CO2, temperatura e a humidade relativa.
A partir das observações do estudo, foi possível desenvolver um método para estabelecer planos de eficiência energética personalizados, depois aplicados às instituições em análise. “No fundo, o que propomos é uma abordagem metodológica abrangente sobre o consumo de energia que permite tirar partido das novas funcionalidades introduzidas nas escolas pela intervenção da Parque Escolar”, afirma Luísa Dias Pereira no comunicado da FCTUC.
De acordo com as recomendações da investigadora, a iniciativa deve partir das direções escolares, as quais devem ter em conta o nível de ocupação das salas de aula e ajustar “os sistemas que são necessários nesses espaços de acordo com o número de ocupantes”, desde alunos a professores, passando também pelo pessoal técnico.
Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo, publicado na revista científica “Energy Efficiency”, conta também com um manual com práticas para garantir um consumo energético eficiente nas escolas.
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