No dia Internacional da Preservação da Camada de Ozono, as mais recentes observações realizadas pelo Copernicus Atmosphere Monitoring Service (CAMS) dão a conhecer ao mundo uma notícia intrigante acerca da atmosfera do nosso planeta. De acordo com investigadores do programa lançado pela União Europeia em parceria com a Agência Espacial Europeia, o buraco na camada de ozono pode estar a diminuir, sendo que a habitual rarefação deste gás sobre a Antártica poderá ser a menor desde meados dos anos 80.

Evolução da Camada de Ozono
Evolução da Camada de Ozono

Tal como elucidam os especialistas do CAMS em comunicado à imprensa, durante todos os anos, entre agosto e dezembro, existe uma diminuição da quantidade de ozono presente na atmosfera sobre a Antártica, devido à entrada da região na estação primaveril. Um outro elemento que gera a rarefação deste gás na zona é a passagem habitual de um vórtex polar, isto é, de um ciclone de ar frio, na estratosfera.

No entanto, uma instabilidade no vórtex polar aliada a um súbito aquecimento de mais de 40 graus da estratosfera fez com que o nível de rarefação de ozono fosse menor do que se calculava. Além disso, os investigadores do CAMS revelam que o buraco na camada gasosa da atmosfera encontra-se mais próximo da América do Sul do que da Antártica.

As observações realizadas indicam que a atual área do buraco de ozono apresenta uma dimensão de cinco milhões de quilómetros quadrados, revelando uma diminuição em comparação com os valores de 2017, os quais demonstravam que este teria 20 milhões de quilómetros quadrados.

Evolução da Camada de Ozono
Evolução da Camada de Ozono

Segundo Richard Engelen, subdiretor do CAMS, em entrevista à BBC, a “interessante anomalia” observada pode não estar relacionada com as medidas de redução de clorofluorcarbonetos (ou CFCs) postas em vigor com o Protocolo de Montreal, uma vez que estes gases ainda estão presentes na atmosfera. Embora a possibilidade de esta mudança ter sido causada pelas alterações climáticas estar em cima da mesa, para já, Engelen indica que ainda é demasiado cedo declarar com certeza que esse é o motivo por trás do fenómeno registado.