A Euclid, a missão que vai descobrir os mistérios da expansão do Universo e que conta com tecnologia portuguesa, partiu para o Espaço a 1 de julho. De acordo com dados avançados pela agência espacial europeia (ESA), a missão viajou 1,5 milhões de quilómetros e já chegou ao seu destino, o ponto de Lagrange 2 (L2).

Como explica a ESA, este é também o ponto onde se encontram o telescópio espacial James Webb e o satélite Gaia, com as três missões a contarem com órbitas diferentes, como pode ver no vídeo que se segue.

Veja o vídeo 

Descrito como um dos pontos ideais para dar início ao estudo do Universo, o ponto L2 dá à missão Euclid a oportunidade de ter uma visão clara do Espaço profundo, mantendo a comunicação com os operadores na Terra através de uma antena apontada na direção do planeta.

Segundo a agência, o raio da órbita da missão Euclid varia entre os 400.000 quilómetros, no ponto mais próximo do centro, e os 800.000 quilómetros, no ponto mais distante. Pela altura em que a missão completar uma rotação em torno do ponto L2, a Lua terá dado seis voltas em torno da Terra, detalha a ESA.

Missão Euclid preparada para fazer o “download” do universo
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Recorde-se que a missão, nomeada em homenagem ao pai da geometria, o grego Euclides, quer “fazer luz” sobre dois dos ingredientes ainda desconhecidos que compõem a maior parte do Universo, a matéria escura e a energia escura.

Ajudar os cientistas a compreender o que está a acelerar a expansão do Universo é outro dos objetivos da missão que, com a ajuda do seu telescópio, vai “mergulhar” nos últimos 10 mil milhões de anos de história do cosmos.

O telescópio Euclid vai recorrer a dois métodos de estudo, por um lado, o desvio da trajetória da luz provocado pela matéria no Universo, e, por outro, a aglomeração de galáxias.

Clique nas imagens para recordar o lançamento da missão Euclid 

Com os dados recolhidos através da missão, a ESA espera mapear a distribuição espacial da matéria escura em 3D, criando o mais vasto e exato rastreio tridimensional do Universo alguma vez realizado.

Os primeiros dados científicos da missão são esperados para dezembro de 2024, embora a primeira divulgação de imagens esteja prevista já para novembro de 2023, com algumas mais pontuais a serem reveladas até antes dessa data.