Nos últimos dias, o fumo causado por centenas de incêndios florestais no Canadá tem afetado várias cidades no país e nos Estados Unidos. Imagens captadas por satélites ajudam a perceber a extensão da nuvem de fumo e de que forma avança, inclusive em direção à Europa.
Há mais de 400 incêndios florestais ativos no Canadá, muitos deles fora de controlo, segundo dados do Canadian Interagency Forest Fire Center (CIFFC), avança o The Washington Post. A maioria do fumo que se faz sentir por várias cidades canadianas e americanas tem origem em incêndios na província de Quebeque, onde mais de 150 fogos stão ativos.
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Para lá destes incêndios, estima-se que um dos maiores esteja a decorrer em Donnie Creek, na província de Colúmbia Britânica, estendendo-se por mais de 3.000 quilómetros quadrados, noticia a BBC.
No Canadá, Toronto e Ottawa estão entre as cidades canadianas mais afetadas pelo fumo. Já nos Estados Unidos, incluem-se Nova Iorque, assim como Washington DC e Filadélfia, mas prevê-se que, à medida que os ventos avançam, o fumo chegue a cidades como St Louis, Missouri e Louisville e Kentucky.
Imagens captadas a partir da Estação Espacial Internacional mostram também como a nuvem de fumo avança em direção ao Estado da Pensilvânia, passando pelo Lago Superior e, depois, pelos lagos Huron e Erie.
Segundo dados avançados pela NASA, nos últimos anos, o fumo causado pelos incêndios florestais no Canadá durante o Verão costuma passar mais “despercebido”, uma vez que alcança altitudes mais altas na atmosfera terrestres.
Olhando para os fogos que ocorrem na província de Quebeque em específico, o fumo costuma avançar para este em direção ao mar. No entanto, devido a uma depressão nas proximidades, o fumo acabou por avançar para o sul e em direção aos Estados Unidos.
A NASA detalha que o fumo que chega à região nordeste dos Estados Unidos até alcançou altitudes elevadas, no entanto, uma vez que os incêndios na província de Quebeque estão relativamente próximos da região, uma proporção muito maior de fumo acabou por chegar ao ar ao nível da superfície.
A 7 de junho, os níveis de partículas finas suspensas no ar (PM2.5) registados na cidade de Syracuse, em Nova Iorque, estavam acima dos 400 microgramas por metro cúbico de ar: os mais altos desde 1999.
De acordo com Ryan Stauffer, cientista do Goddard Space Flight Center da NASA, a poluição causada pelo fumo nas regiões de Nova Iorque e Washington DC poderá superar, em alguns casos, aquela que foi registada durante os incêndios florestais no Canadá em 2022.
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Dados mais recentes indicam que o fumo dos incêndios está a chegar à Noruega e, segundo o Instituto norueguês de investigação climática e do meio-ambiente (NILU), prevê-se que possa avançar para outros países, incluindo no sul da Europa, indicam os especialistas, como mostra a simulação no vídeo que se segue.
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No entanto, como explica o investigador Nikolaos Evangeliou, quando a nuvem de fumo alcançar à Europa, o número de partículas que transporta será muito menor. Neste caso, quando chegar a este lado do Atlântico, o fumo poderá ser visto como uma “névoa fraca”. Embora seja possível notar o cheiro, o número de partículas será tão baixo que não deverá causar riscos à saúde, afirmam os especialistas.
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