A IBM juntou-se ao Marshall Space Flight Center, da NASA, para dar novo alento à investigação na área das alterações climáticas. A parceria assenta na aplicação da tecnologia de modelo fundacional de inteligência artificial da gigante tecnológica para descobrir novas perspetivas na análise do enorme volume de dados reunidos pelos satélites de observação da Terra da agência espacial norte-americana.

À medida que a velocidade de recolha e o manancial de dados geoespaciais aumentam, tornam-se igualmente necessárias novas abordagens para extrair informação. Com a parceria o objetivo é fornecer aos investigadores um modo mais fácil de retirar e analisar esses indicadores, refere a IBM em comunicado.

A tecnológica explica, igualmente, que os modelos fundacionais são tipos de modelos de IA treinados num conjunto amplo de dados não etiquetados, que podem ser usados ​​em várias tarefas e que permitem aplicar informação sobre uma determinada situação a outra situação. Nos últimos anos têm sido aplicados no campo da tecnologia de processamento de linguagem natural (NLP), com a IBM a tentar agora ir mais além.

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Composição SWIR (Short-wave infrared) de recuo glacial perto de Innarsuit, Gronelândia, de 2013 ao presente Créditos: NASA IMPACT créditos: NASA IMPACT

A parceria prevê o desenvolvimento de várias soluções de extração de informação dos dados de observação da Terra, nomeadamente uma tecnologia que irá treinar um modelo de base de inteligência geoespacial da IBM a partir do conjunto de dados Harmonized Landsat Sentinel-2 (HLS), da NASA, um registo da superfície terrestre e das mudanças na utilização do solo captado por satélites na órbita terrestre. Ao analisar os petabytes de dados de satélite para identificar alterações provocadas por fenómenos como desastres naturais, rendimentos cíclicos de colheitas ou habitats de vida selvagem, esta tecnologia de modelo fundacional ajudará os investigadores a fazerem uma análise crítica dos sistemas ambientais do planeta.

Outro projeto deverá ter como resultado a criação de um “corpus literário” na área das Ciências da Terra, com a aplicação de um modelo de PLN treinado em cerca de 300.000 artigos de revistas científicas, de modo a organizar esses recursos literários e facilitar a descoberta de novos conhecimentos. Além disso, o novo modelo linguístico poderá vir a ser usado nos processos de gestão e controlo de dados científicos da NASA.

Está previsto que a colaboração também possa passar pela construção de um modelo fundacional de previsão meteorológica e climática, utilizando o conjunto de dados de observações atmosféricas MERRA2. O projeto é parte da Iniciativa de Ciência de Código Aberto da NASA, um compromisso para a construção de uma comunidade científica aberta, inclusiva, transparente e colaborativa durante a próxima década.