O Laboratório Nacional da Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) e a divisão de Ciências Biológicas e Físicas (BPS) da NASA selecionaram cinco projetos inovadores destinados a aproveitar o ambiente único da microgravidade para fazer avançar a investigação sobre o cancro e outras doenças, em benefício dos doentes na Terra.

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Os projetos escolhidos para financiamento ao abrigo do programa “Igniting Innovation”, são liderados por equipas da Eascra Biotech, do Cedars-Sinai Medical Center, da Universidade da Califórnia, em San Diego, do Wake Forest Institute for Regenerative Medicine (WFIRM) e do MD Anderson Cancer Center, da Universidade do Texas.

Estas equipas vão colaborar com a Axiom Space, que fornece serviços comerciais ao Laboratório Nacional da ISS, e com a BioServe Space Technologies, responsável por apoio logístico e de engenharia para garantir o sucesso das operações espaciais. 

Entre os projetos está o desenvolvimento de nanomateriais Janus (JBNs) pela Eascra Biotech e a Universidade de Connecticut para melhorar a administração de medicamentos contra o cancro em tumores sólidos, e a investigação do Cedars-Sinai Medical Center, que visa cultivar esferoides cardíacos com células-tronco para testar a toxicidade de medicamentos em condições de microgravidade.

Catriona Jamieson, da Universidade da Califórnia, estuda organoides tumorais derivados de pacientes para identificar novos alvos terapêuticos e prevenir a recorrência do cancro, enquanto Cassian Yee, do MD Anderson Cancer Center, pretende melhorar os tratamentos de imunoterapia através de uma compreensão mais profunda das células T em microgravidade.

Por fim, a investigaão de Shay Soker, do WFIRM, visa a utilização de organoides criados a partir de células de pacientes com cancro colorretal para avaliar a eficácia da quimioterapia no espaço.

“Ao longo dos anos, a estação espacial tem sido um catalisador para a pesquisa biomédica que tem impactos profundos no tratamento dos pacientes na Terra”, disse Ray Lugo, diretor-executivo do Centro para o Avanço da Ciência no Espaço, que gere o Laboratório Nacional da ISS.

Agora, o Laboratório Nacional da ISS e a NASA direcionaram os esforços de financiamento para o cancro e “e esperamos trabalhar com os projetos selecionados à medida que ultrapassam os limites da pesquisa e da inovação para desenvolver terapias mais eficazes para aqueles afetados por esta doença devastadora”.

Veja na galeria imagens captadas a partir da Estação Espacial Internacional:

“O ambiente único de microgravidade do espaço oferece oportunidades incríveis para os investigadores estudarem os efeitos dos fatores de stress dos voos espaciais nos tecidos humanos”, explica Lisa Carnell, diretora da divisão de Ciências Biológicas e Físicas (BPS) da NASA. “Esta investigação poderá ser usada para proteger a saúde da tripulação em missões de longa duração, mas também para contribuir para iniciativas como o Cancer Moonshot e para melhorar as opções de tratamento para os doentes aqui na Terra.”