O papel eletrónico não é uma tecnologia nova, sendo capaz de oferecer o mesmo espectro de cores que um ecrã LCD, com a vantagem de poupar energia na sua alimentação. O principal senão é que a tecnologia perde a qualidade vibrante presente nos ecrãs LCD e OLED, pela falta de materiais refletivos. É exatamente neste último ponto que um grupo de investigadores da Chalmers University of Technology na Suécia pretende destacar-se.
Na sua investigação, é referido que os utilizadores podem ler no exterior, na exposição do sol, por um ecrã digital tão fino como um papel, mantendo a mesma qualidade como se estivesse no interior. Para isso foi utilizado um novo tipo de ecrã refletor, descrito como papel eletrónico, mantendo a palete de cores, mas utilizando a iluminação ambiente para manter o consumo de energia ao mínimo.
A ideia é criar soluções que possam oferecer uma boa experiência de visionamento em áreas exteriores, fugindo às ofertas atuais que passam por usar luz de fundo para iluminar as imagens e textos no ecrã. Embora funcione muito bem no interior, no exterior a experiência é abafada pelo brilho intenso do sol. Já os ecrãs refletivos procuram utilizar a luz ambiente para imitar a forma como os olhos respondem ao papel natural.
Segundo um dos investigadores, para estes ecrãs refletivos competirem com os ecrãs digitais com grande intensidade energética que são utilizados atualmente, as imagens e cores devem ter a mesma qualidade elevada. “A nossa investigação demonstra que a tecnologia pode ser otimizada, tornando-se mais apelativa ao uso comercial”. Atualmente, equipamentos como o Amazon Kindle oferecem imagens de texto e imagens como o papel, e nos modelos mais recentes a cores, mas a qualidade de imagem fica muito atrás de um tablet ou smartphone com LCD, capazes de debitar 16 milhões de cores, contra as 4.096 cores do leitor de ebooks.
Os investigadores utilizaram a tecnologia de papel digital atualmente disponível, mas inverteram o seu design, otimizando a forma como as cores aparecem no ecrã, de uma forma mais real. A equipa utilizou uma nanoestrutura electrocrómica inorgânica baseada em Trióxido de tungsténio, ouro e um fino espelho de platina, protendo um consumo de energia próximo do zero, porque utiliza a luz ambiente do local onde está exposto, referem os investigadores. O estudo pode ser consultado no jornal Nano Letters.
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